
Voluntários retiram lixo da orla do Lago Paranoá
Mutirão no Dia Mundial de Limpeza do Litoral retira 1,5 ton de lixo do Lago Paranoá
O Dia Mundial de Limpeza do Litoral – braço do projeto Clean Up the World, realizado em mais de 140 países, simbolizando uma união mundial e dedicação em prol de um mundo mais limpo e saudável para a humanidade –, foi realizado em Brasília pela primeira vez, no dia 17 de setembro. Mais de 500 voluntários, entre moradores do Lago Sul e alunos do Centro Educacional do Recanto das Emas, recolheram 1,5 tonelada de lixo descartado de forma inadequada nas margens do Lago Paranoá.
Todo o material foi pesado, classificado e catalogado em fichas padronizadas, cujos dados foram enviados ao Centro para a Conservação da Vida Marinha e ajudam vários países a buscar uma saída para o problema. O material reciclável encontrado, como plásticos, vidros, metais e outros, foram encaminhados para o projeto 100 Dimensão, do Riacho Fundo.
A iniciativa foi coordenada pela ONG brasiliense Ecoatitude, com apoio do Instituto Ecológico Aqualung (IEA), que fez a limpeza das praias do Rio de Janeiro, das Lagoas Rodrigo de Freitas e Marapendi, e ainda, da Praia do Forte (Cabo Frio). Praias paulistas e baianas também foram limpas.
De acordo com Marco Aurélio Gonçalves, da ONG Ecoatitude, “o evento passará a ser realizado em Brasília todo ano no terceiro final de semana de setembro, ajudando a diminuir um dos maiores problemas ambientais da atualidade, representado pelas crescentes montanhas de resíduos produzidos pelas sociedades modernas de consumo”.
Chamado International Coastal Clean-up ou Dia Mundial de Limpeza do Litoral, o programa é coordenado mundialmente pelo Centro para a Conservação da Vida Marinha (The Ocean Conservancy), com sede em Washington, nos Estados Unidos, e apoiado pelo PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
Quase dois terços de todo o lixo que é encontrado pelos voluntários é algum tipo de detrito não degradável a curto prazo. São canudinhos, pontas de cigarro, tampinhas, sacos plásticos, chinelos. Tudo largado na areia, representando para a fauna o maior percentual de materiais ambientalmente perigosos.
Restos de redes, linhas de pesca, cordas e sacos plásticos abandonados permanecem no meio ambiente por muitos anos, por sua baixa biodegradabilidade, e acabam vitimando inúmeros animais que se enroscam e acabam morrendo por asfixia ou por inanição. Peixes, aves, focas, tartarugas e golfinhos podem confundir os detritos que ficam boiando no mar com lulas, águas-vivas e outros alimentos que formam parte de sua dieta. Golfinhos já foram encontrados com o estômago cheio de lixo que veio das cidades.
A ponta de cigarro, o item mais coletado no mundo todo por oito anos consecutivos, tem ocasionado a morte de inúmeros animais que a confundem com ovas de peixe e a engolem. O mesmo ocorre com os sacos plásticos. Um saco plástico à deriva é facilmente confundido com uma água-viva, componente alimentar de várias espécies de tartarugas-marinhas. Engolindo um saco plástico, a tartaruga pode morrer por asfixia.
Como Tudo Começou…
No ano de 1990, na Austrália, o navegador Ian Kiernan, em função da freqüência com que se deparava com diferentes focos de poluição e toda a sorte de resíduos em locais como o Mar Sargasso e o Caribe, organizou um mutirão de limpeza nas proximidades da sua casa, mais precisamente no Porto de Sidney.
Esta simples idéia se tornou o maior evento comunitário de cunho sócio ambiental da Austrália, o chamado “Clean Up Australia Day” (Dia de Limpeza da Austrália). Hoje, mais de seis milhões de australianos vêm se dedicando voluntariamente a fazer a diferença em sua região.
Em 1993, após ganhar o suporte do Programa Ambiental das Nações Unidas (ONU), o mutirão tomou projeções mundiais passando a se chamar “Clean Up the World” (Limpe o Mundo) e contando com cerca de 30 milhões de participantes, em 80 países.
Em 2001 o “Clean Up the World” já contava com mais de 37,5 milhões de pessoas em 128 diferentes países, demonstrando a importância da preservação do meio ambiente para a população mundial.
Mais informações pelo site www.ecoatitude.org ou por meio do telefone (61) 3366-4563
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