
Censo Gife revela que o investimento social em desenvolvimento local cresce no Brasil
O número de organizações que investem em desenvolvimento comunitário cresceu de 45% em 2009 para 55% em 2011. É o que aponta o Censo Gife 2011-2012, mapeamento bienal que o Grupo de Institutos Fundações e Empresas (Gife) realiza sobre a atuação de seus associados, cuja publicação foi lançada no último dia 22, em São Paulo, com um debate sobre o papel dos institutos e das empresas no desenvolvimento local.
O debate contou com densa apresentação sobre o investimento social e a licença social pra operar, feita pelo pesquisador canadense Ian Thomson, membro do On Common Ground Consultants Inc – organização que atua com desenvolvimento sustentável, meio ambiente e direitos humanos. Thomson afirmou que o investimento social corporativo no desenvolvimento local pode ser eficaz a partir dos recursos e interesses da empresa que, se alinhados aos da comunidade local, geram um ambiente de co-responsabilização, e discutiu com os participantes e outros debatedores a temática do desenvolvimento local sob a perspectiva do alinhamento entre investimento social e negócio.
Diferentemente da licença legal, a licença social para operar é a expressão da boa relação da empresa com a comunidade local, sendo então intangível, informal, não permanente e dinâmica. É uma ferramenta de gestão baseada na relação entre as partes interessadas, que permite acompanhar o risco sociopolítico da empresa, bem como desenvolver melhores práticas.
A licença social pra operar é conquistada a partir de fases de construção da relação da empresa com a comunidade onde está atuando. Passa primeiramente pela conquista da legitimidade da atividade no momento em que a comunidade percebe que determinada atividade irá gerar benefício.
A credibilidade da empresa é reconhecida em um segundo momento, através do engajamento, compartilhamento e alinhamento de interesses, que por fim se consolida em uma relação de confiança. A licença social para operar é mensurada por indicadores indiretos, construídos a partir de entrevistas qualitativas (indicadores verbais) e avaliações quantitativas (censo-questionário com cerca de 40 perguntas) “Quanto mais reciprocidade houver, mais desenvolvida estará sua licença social”, comentou Thomson.
Os dados do Censo Gife apontam também tendência de alinhamento dos investimentos sociais ao negócio de suas mantenedoras: 68% dos respondentes informam ter alguma ação vinculada ao ramo de atividade da empresa ou da mantenedora. Desses, apenas 11% das organizações vinculam todas as suas ações ao negócio e 52% têm algumas ações alinhadas. O alinhamento total é mais frequente entre as empresas respondentes (23% dos projetos).
“A atuação dos institutos e das empresas no desenvolvimento local pode ser entendida não apenas como uma temática, mas também como uma forma de organizar o investimento social. Novos desafios e oportunidades de relacionamento entre institutos, fundações e suas empresas mantenedoras surgem dessa lógica de aproximação. Essas organizações tendem a estruturar seu investimento para contribuir com o desenvolvimento das comunidades com as quais a empresa se relaciona”, analisa o secretário-geral do Gife, Andre Degenszajn.
(Responsabilidade Social com informações da Rede Gife)
Gife – Site: www.gife.org.br
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