
Pregão da Bovespa agora contará com ações sociais
Investidores poderão comprar “ações sociais” de projetos educacionais voltados para crianças e jovens de baixa renda. Com a Bolsa de Valores Sociais, as organizações não-governamentais passam a contar com um eficiente instrumento de captação de recursos de empresas ou pessoas físicas.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) lançou a Bolsa de Valores Sociais (BVS), iniciativa de responsabilidade social criada e desenvolvida para atrair investimentos em projetos educacionais. Por enquanto, o foco está apenas em educação, mas, posteriormente, a Bovespa poderá ampliar o leque com projetos voltados para outras áreas como saúde, habitação, entre outros. Com a BVS, as organizações não-governamentais passam a contar com um eficiente instrumento de captação de recursos de empresas ou pessoas físicas.
A BVS vai reproduzir o ambiente de encontro entre participantes do mercado, como ocorre em uma bolsa de valores. A Bovespa e as corretoras associadas apresentarão aos investidores um portfólio de projetos que necessitam de recursos para serem implantados ou ampliados. O investidor escolhe um ou mais projetos educacionais e “compra as ações”, por meio de doações que podem ser feitas pelo site da BVS ou por intermédio de uma das corretoras associadas à Bovespa. Na medida em que as doações atingirem o valor total ou de cada uma das etapas do projeto, o dinheiro é repassado direta e imediatamente à instituição escolhida. O investidor social poderá acompanhar o desenvolvimento do programa escolhido pelo site, já que as instituições que tiverem as ações listadas na BVS fornecerão trimestralmente relatórios com o balanço e o andamento dos projetos.
A BVS foi desenvolvida pela Atitude Marketing Social e teve investimento inicial da Bovespa de R$ 400 mil. Todos os custos com infra-estrutura para recebimento, análise e seleção dos projetos e administração da BVS serão totalmente absorvidos pela Bovespa. “Nosso objetivo é formar um ambiente de criação de valor que atraia a atenção para projetos que necessitam de recursos para serem implantados, modificados ou ampliados”, diz o presidente da BVS, Álvaro Augusto Vidigal.
Poderão fazer parte da BVS as Organizações Sociais e Educacionais da sociedade civil, de caráter público, não-governamental e sem fins lucrativos, que desenvolvam programas e projetos de educação destinados a crianças e jovens entre 7 e 25 anos. A seleção dos projetos é feita em etapas. A primeira é a inscrição e o preenchimento da ficha, o que já valida a proposta. Na segunda etapa, as solicitações de listagem são analisadas por profissionais de educação com base na proposta técnico-pedagógica e na viabilidade do projeto. A BVS priorizará projetos educacionais que atendam as seguintes áreas: ambiental, esportiva, cultural, profissionalizante, cidadania e saúde. Os projetos que passarem por essa fase deverão ser complementados com documentação e material sobre a Organização Social responsável. Além disso, as entidades selecionadas receberão a visita de especialistas no local.
Após essa fase, os projetos são encaminhados para o Conselho de Administração da Bolsa de Valores Sociais, que selecionará a lista final. O Conselho é formado por personalidades de expressão junto ao Terceiro Setor. “Todos os convidados para participar do Conselho são formadores de opinião que já desenvolveram projetos educacionais”, explica Vidigal. As entidades listadas na BVS ganharão o selo “Organização Listada na Bolsa de Valores Sociais”, que representará o reconhecimento da Bovespa quanto à qualidade e transparência da instituição.
A Bolsa de Valores Sociais (BVS) reuniu 30 projetos educacionais das mais variadas regiões do País para receber as primeiras doações direcionadas à iniciativa de responsabilidade social da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Selecionadas em meio a cerca de 250 propostas, as instituições eleitas atendem crianças e jovens com o objetivo de promover a inclusão sócio-cultural e melhorar a qualidade de vida da população carente.
Integram a BVS projetos inovadores, escolhidos segundo critérios como localização e inserção social, com prioridade para aqueles desenvolvidos dentro das próprias comunidades. No total, somam pouco mais de R$ 9,6 milhões e estão distribuídos em 12 estados brasileiros: Bahia (3); Distrito Federal (2); Goiás (1); Maranhão (2); Minas Gerais (1); Paraná (1); Pernambuco (1); Rio de Janeiro (3); Rio Grande do Sul (2); Santa Catarina (1); São Paulo (12); e Sergipe (1).
A iniciativa da Bovespa já ganhou o apoio espontâneo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A instituição, que reúne 185 países, vai disponibilizar nos sites de todos os seus estados-membros um link que remete às informações e ao ambiente de doações da BVS. A Unesco também pretende disseminar o programa nas atividades que realiza em todo o mundo.
Sites: www.bovespa.com.br ou www.bovespasocial.org.br
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