Renato Aragão se emociona com o show
O Criança Esperança completa 20 anos de sucesso. Além dos projetos beneficiados, o programa ajudou a desenhar o marco legal de proteção à infância e adolescência no país. Leia a seguir.
A semana passada foi marcada pelo show de comemoração dos 20 anos do Criança Esperança, parceria de sucesso entre a Rede Globo e a UNESCO. Até agora foram arrecadados mais de R$ 12,6 milhões de reais em doações do todo o Brasil. Para marcar o aniversário do programa, foram realizados, no sábado (dia 06/08/2005) e no domingo (07/08/2005), dois grandes shows, realizados no Ginásio do Ibirapuera, que reuniram artistas, jornalistas, celebridades e ONGs.
O embaixador do Criança Esperança, Renato Aragão, foi o anfitrião da festa realizada no sábado. “Como 20 anos passaram depressa! Dediquei um terço da minha vida a este programa, mas quem merece aplausos são vocês. Com as doações, vocês estão investindo em milhões de crianças e construindo um futuro melhor para este país”, disse.
O que pouca gente sabe é que esta importante iniciativa se confunde com o processo de redemocratização do país e inserção do tema da infância e adolescência na agenda política nacional. Muito além da festa, o Criança Esperança tornou-se uma referência mundial em mobilização social.
Desde sua criação, foram arrecadados mais de R$ 130 milhões e apoiados cerca de 4.800 projetos, que ajudaram a garantir os direitos de mais de 2,7 milhões de crianças e adolescentes brasileiros à educação, à cultura, à saúde, ao esporte e à proteção.
A história do projeto confunde-se com a história do Brasil. Ela começou em 1986, quando o País passava por um período de redemocratização, após a ditadura militar, e se discutia o estabelecimento de uma nova Constituição Federal.
Naquele momento, a TV Globo e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) – a UNESCO surgiu e ocupou o lugar do UNICEF apenas em 2004 – uniram esforços para chamar a atenção da sociedade brasileira sobre a situação de meninas e meninos brasileiros e a importância de garantir os seus direitos. Surgia, assim, o Criança Esperança.
A primeira edição aconteceu durante o show em comemoração aos 20 anos de Os Trapalhões e teve um caráter específico de mobilização social, ainda sem o recebimento de doações. Essa mobilização contribuiu para a inclusão dos direitos da criança na Constituição de 1988 (artigo 227). Foi atribuída à família, à sociedade e ao Estado o dever de assegurar a todas as crianças e todos os adolescentes seus direitos fundamentais, com absoluta prioridade. De fato, não é exagero dizer que o Criança Esperança teve um papel fundamental no lobby pela regulamentação do artigo. Em 1990, o artigo 227 foi regulamentado pela Lei 8069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente.
A partir de 1987, a arrecadação de recursos somou-se às grandes mobilizações temáticas. “O sucesso do primeiro show foi tão grande que vimos que podíamos ir além, que deveríamos, por um lado, oferecer uma oportunidade de participação de cada cidadão e, por outro, apoiar financeiramente projetos sociais em benefício da criança e do adolescente”, explica Jair Grava, consultor do UNICEF que acompanha o projeto desde seu nascimento.
Com a ajuda da Anatel, foi criado um sistema telefônico exclusivo para recebimento de contribuições, que são incluídas diretamente na conta telefônica do doador. Conhecido como 0500, esse sistema foi negociado pelo UNICEF e é operado ainda hoje pela UNESCO. O mecanismo, além de atender as necessidades de campanhas como o Criança Esperança, passou a beneficiar todas as organizações não-governamentais brasileiras, que hoje também podem utilizá-lo.
Hoje a seleção de projetos é feita de forma criteriosa pela Globo e UNESCO e deve beneficiar importantes programas sociais, entre eles a Pastoral da Criança e os cinco Espaços Criança Esperança mantidos pela Rede Globo.
Para doar R$ 7,00 ligue 0500 2005 007 – Para doar R$ 15,00, ligue 0500 2005 015 – Para doar R$ 30,00 ligue, 0500 2005 030. Também é possível doar pelo site: www.globo.com/criancaesperanca.
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