Rodrigo Alvarez

Rodrigo Alvarez

Rodrigo Alvarez é Coordenador de Desenvolvimento Institucional do Comitê para Democratização da Informática (CDI) – um dos mais importantes projetos, senão o mais importante do país, que levam o conhecimento da informática e da Internet a comunidades carentes de todas as regiões do Brasil. Em entrevista à revista www.RESPONSABILIDADESOCIAL.COM, Rodrigo comenta os resultados obtidos pela CDI ao longo dos anos, e sobre os projetos futuros da instituição. Otimista, ele acredita que o Terceiro Setor está num de seus melhores momentos: “Avalio que a atuação do Terceiro Setor tenha crescido tanto em termos de legitimidade quanto em profissionalização”. Ele diz estar positivo, também, sobre a atuação do novo governo em ações sociais: “A temática social sempre foi uma forte bandeira do PT e certamente o novo governo promoverá ações com objetivo de deixar uma marca importante pra história do Brasil na área social”. Conheça, abaixo, as impressões de Rodrigo Alvarez:

1) Responsabilidade Social – Quantas pessoas já foram atendidas pelo CDI e qual a estimativa de novos alunos em 2003?
Rodrigo Alvarez – Desde 1995, mais de 350 mil alunos foram capacitados em nossas Escolas de Informática e Cidadania (EICs), criadas em parceria com organizações comunitárias e o Comitê para Democratização da Informática (CDI). Hoje, temos a capacidade de formar 206 mil pessoas por ano, mas até o final do ano estes números devem mudar.

2) RS – Quais os principais projetos do CDI para 2003?
RA – Investir na qualidade da Rede CDI é nossa grande meta para 2003. São vários os projetos acontecendo internamente em nossa organização, todos eles orientados por essa premissa. Mais do que criar novas EICs em comunidades de baixa renda, queremos fortalecer os projetos já existentes, maximizando o impacto do projeto na realidade de cada grupo beneficiado.

3) RS – O que o senhor entende por Responsabilidade Social?
RA – No meu entender, o conceito de Responsabilidade Social é atuar de maneira comprometida não apenas com o lucro da organização, mas também privilegiando o diálogo entre todos os atores envolvidos no sistema de produção – o que inclui desde o acionista da empresa, funcionários, comunidade do entorno, governo e meio-ambiente. Uma empresa socialmente responsável é aquela que inclui em seu planejamento de atividades, ações que garantam o desenvolvimento, o bem-estar e o futuro das próximas gerações.

4) RS – Como o senhor avalia a atuação do Terceiro Setor no Brasil? Que iniciativas podem ser tomadas para otimizar os resultados nesse setor?
RA – Avalio que a atuação do Terceiro Setor tenha crescido tanto em termos de legitimidade quanto em profissionalização. A articulação de iniciativas com eficiência comprovada é um caminho para a busca de soluções sustentáveis para os nossos problemas sociais.

5) RS – Como se dá a participação da sociedade no projeto do CDI?
RA – Historicamente a sociedade brasileira tem participado de nosso trabalho de diversas maneiras. Seja pelo reconhecimento e apoio ao nosso projeto, seja através de uma atuação direta em nossos comitês – que mobilizam centenas de voluntários em todo o Brasil e no exterior. Outras formas de atuar são através da doação de computadores ou recursos financeiros. Do ponto de vista empresarial, as organizações têm nos apoiado através da doação de computadores usados quando trocam seus equipamentos, também pela adoção de EICs em comunidades de baixa renda no seu entorno ou até mesmo instalando uma unidade no interior de sua sede. Neste segundo caso, a EIC beneficia não só a comunidade do entorno, mas também os trabalhadores da organização que estão a margem da revolução tecnológica.

6) RS – O senhor tem aprovado os primeiros atos do governo Lula no âmbito social?
RA – O que foi noticiado até o momento é muito pouco para avaliarmos. O principal programa do Governo, o Fome Zero, tem uma estrutura interessante na questão emergencial. A partir daí será necessário pensar em crescimento econômico e redução de pobreza, mas as coisas precisam sair do papel pra podermos avaliar melhor.

7) RS – O senhor acredita que o novo governo vai favorecer a atuação do Terceiro Setor e do voluntariado?
RA – Acredito que sim. A temática social sempre foi uma forte bandeira do PT e certamente o novo governo promoverá ações com objetivo de deixar uma marca importante pra história do Brasil na área social. Assim como o governo Fernando Henrique será lembrado daqui a alguns anos como o governo que estabilizou a moeda, o governo Lula certamente está investindo para ser reconhecido como aquele que garantiu três refeições por dia para todos os brasileiros, reduzir a pobreza e gerar crescimento econômico.

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