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Paulo Branco

October 9, 2020 by admin Leave a Comment

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“A adoção de práticas sustentáveis muitas vezes se faz com pouco ou nenhum investimento financeiro”. É o que afirma Paulo Branco, um dos sócios-fundadores da Ekobé, consultoria em sustentabilidade e responsabilidade corporativa. Há seis anos no mercado, a empresa atende hoje grandes corporações como a ArcelorMittal, Natura, Nokia, Alcoa, Grupo Santander Brasil, entre outras. O foco é apoiar os clientes na definição de estratégias de mudança e implementação de ações permanentes, que resultem em desenvolvimento econômico e social, com respeito ao meio ambiente.

Em entrevista exclusiva para o Responsabilidade Social.com, o executivo fala dos principais aspectos para implantação de gestões responsáveis e desmistifica a ideia de que “fazer com ética custa mais caro”. Ele também trata sobre a urgência de se encontrar alternativas para a lógica centrada no crescimento. Confira.

1) Responsabilidade Social – Os debates em torno do tema “Desenvolvimento Sustentável” nas últimas décadas colocaram em xeque o papel das organizações empresariais na sociedade contemporânea. Qual a sua avaliação desse movimento no mundo e como o Brasil se insere nesse contexto?
Paulo Branco
– O conceito de desenvolvimento sustentável, que supõe a satisfação das necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem as suas próprias necessidades, coloca em xeque não só o papel das empresas como o próprio modelo civilizatório da sociedade contemporânea. Baseado na ilusão de que é possível crescer infinitamente em um planeta com recursos finitos, o modelo hoje dominante se mostra incapaz de responder aos desafios da sustentabilidade e dá sinais claros de que precisa ser revisto. Visto dessa maneira, os avanços em direção a um modelo de desenvolvimento sustentável ainda são marginais, apesar da existência de iniciativas importantes e inovadores no mundo dos negócios, no que se refere à adoção de práticas economicamente viáveis, ambientalmente corretas e socialmente justas.

Nesse sentido, pode-se afirmar que algumas empresas brasileiras estão na vanguarda e são referência no cenário global. Entretanto, em função da complexidade e urgência dos desafios que temos a enfrentar, é preciso dar escala a esse movimento, que já não pode ser protagonizado por poucas organizações.

2) RS – Para muitos, a responsabilidade social ainda é associada apenas às iniciativas de caráter assistencialista e filantrópico. Embora essas ações sejam um dos aspectos contemplados pelas empresas que se propõem a incluir sustentabilidade e responsabilidade corporativa em sua agenda permanente, elas não expressam a abrangência do tema. Qual a melhor maneira de conceituar o termo “responsabilidade social”?
PB
– Muitos esforços já foram feitos para aprimorar esse conceito, os quais são expressos de forma muito adequada na proposição do Instituto Ethos (http://www.ethos.og.br), segundo a qual: “Responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.”

3) RS – A Ekobé trabalha a relação entre sustentabilidade e empresas há seis anos e acompanhou a evolução das ações de grandes empresas de perto. Quais os maiores desafios que a sustentabilidade ainda traz para as empresas?
PB
– Sem desconsiderar os desafios de natureza política, tecnológica e financeira, nossa experiência tem mostrado que as maiores barreiras a serem transpostas estão no âmbito pessoal e se referem à ampliação do nível de consciência e à adoção do pensamento sistêmico por parte dos tomadores de decisão. Sem a transposição dessas barreiras não é possível conciliar as pressões de curto prazo com os desafios de longo prazo, nem adotar soluções que considerem a complexidade e a interdependência do mundo à nossa volta, o que são imperativos para a sustentabilidade empresarial.

4) RS – Mas o que uma empresa deve desenvolver para ser considerada ambientalmente correta?
PB
– Minimizar os impactos ambientais diretos e indiretos (na cadeia de valor) gerados por suas atividades, além de promover inovações que contribuam para reduzir o consumo de recursos naturais não-renováveis, como combustíveis fósseis por exemplo.

5) RS – Implantar uma gestão sustentável e socialmente correta demanda muito investimento? Pequenas e micros empresas têm potencial para adotar essa política?
PB
– É um equívoco associar a gestão sustentável à necessidade de grandes investimentos. É claro que há situações em que isso se dá, como na implantação ou adequação de processos produtivos complexos ou no tratamento dos impactos socioambientais de determinados produtos ou serviços. Entretanto, a adoção de práticas sustentáveis muitas vezes se faz com pouco ou nenhum investimento financeiro, como nos casos de adoção e disseminação de princípios éticos, na ampliação da transparência e no combate à corrupção, na criação de um ambiente de trabalho seguro e adoção de uma gestão inclusiva e participativa.

Nossa experiência tem mostrado que pequenas e micro empresas podem até ser mais ágeis e criativas do que as grandes, no que se refere à adoção de uma gestão sustentável. Com isso muitas delas têm mostrado que não podemos aceitar a máxima de que “fazer com ética custa mais caro”.

6) RS – Um empresário no Brasil mal consegue ser competitivo, gerar emprego e dar lucro com a carga tributária atual. Para o senhor, cobrar dele a adoção de critérios socioambientais voluntariamente é positivo?
PB
– Esses aspectos não são excludentes. O desafio que empresários e executivos hoje enfrentam é o de conjugar esses aspectos de forma a fazer da sustentabilidade um fator de inovação, e não de restrições para o seu negócio. É claro que não podemos minimizar o impacto da carga tributária, que no caso brasileiro é muito elevada e, assim como na maior parte dos países, desfavorável ao desenvolvimento sustentável. Continuamos aplicando tributos que fizeram sentido na primeira revolução industrial, mas que hoje são totalmente inconsistentes com a sociedade do conhecimento e a economia de baixo carbono.

Frente a essas restrições de natureza tributária, o melhor caminho certamente não é a simples crítica nem muito menos a sonegação. Faz-se necessário sim, o exercício da cidadania e da liderança empresarial em prol do aprimoramento das políticas públicas. Nesse sentido, atuar junto às associações setoriais na busca de interesses coletivos pode ser um importante e necessário fator de competitividade para as empresas.

7) RS – Quando uma empresa decide se tornar sustentável, o que ela deve fazer? Contratar um consultor ou traçar por conta própria uma estratégia?
PB
– Nenhuma empresa deve buscar fora algo que só os seus gestores podem fazer: dispor-se a tratar a incorporação da sustentabilidade como um processo de mudança cultural. A partir desse entendimento a assessoria externa pode ajudar a acelerar e aprofundar esse processo, contribuindo para evitar erros comuns e garantindo a aquisição de competências permanentes por parte dos profissionais da empresa.

Quanto ao desenvolvimento de uma estratégia, o olhar externo de uma consultoria pode ajudar desafiando e levando referências de diferentes setores e contextos. Uma recomendação que julgamos importante, é que as empresas não se iludam com soluções padronizadas ou baseadas exclusivamente em ferramentas e processos de gestão. Sem desconsiderar os aspectos instrumentais, a incorporação dos princípios e práticas de sustentabilidade supõe abordagens customizadas e compatíveis com o estágio de maturidade no tema e a cultura de cada organização.

8) RS – Como os negócios podem ser beneficiados com atitudes responsáveis?
PB
– Existem vários benefícios associados à adoção de práticas de negócios sustentáveis, tais como a melhoria da imagem, valor e reputação; aumento da atração e da lealdade dos clientes; atração e retenção de talentos; maior facilidade no acesso ao capital (financiamentos, investimentos etc.); aumento e preservação do valor para os acionistas; melhoria na gestão de riscos; integração e engajamento da cadeia de valor; estímulo à inovação de processos, produtos e serviços; entre outros.

9) RS – A divulgação de balanços sociais parece ser parte de qualquer estratégia de sustentabilidade. Isso está realmente mudando o perfil de investimentos?
PB
– Essas publicações começam a ser usadas por analistas financeiros em suas decisões de investimentos. Mas ainda não é possível afirmar que isto, por si só, esteja mudando o perfil dos investimentos.

10) RS – E qual sua opinião sobre a qualidade dos relatórios de sustentabilidade atualmente?
PB
– Vários aspectos definem a qualidade de um relatório de sustentabilidade, como transparência, consistência, comparabilidade, entre outros. Alguns desses aspectos tiveram melhoras significativas nos últimos quatro anos a partir da maior disseminação de padrões e diretrizes, como as propostas pela Global Reporting Initiative (GRI).

Entretanto, se considerarmos os principais objetivos a serem atendidos por essas publicações, que são: serem usadas como ferramentas de gestão e de diálogo com os públicos de relacionamento, podemos afirmar que os avanços são pouco expressivos.

11) RS – O senhor acredita no movimento de responsabilidade social corporativo? Passada a fase de modismo, ações concretas irão permanecer?
PB
– Sim, acredito na pertinência e consistência desse movimento. Mas considero que ações concretas só irão permanecer se encontrarmos, como sociedade, alternativas para a lógica dominante centrada no crescimento. É urgente darmos forma e robustez a propostas inovadoras, com a economia do estado estacionário defendida pelo economista ecológico Herman Daly, as novas medidas de riqueza que vão além das limitações do PIB (Produto Interno Bruto), entre outras.


Ekobé – Telefone: (21) 2608-0736

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