
O presidente do Instituto George Mark Klabin (IGMK), Ilan Ryfer, apresenta na entrevista exclusiva o balanço de duas décadas de trabalho da instituição especializada em qualificação profissional. Presente em São Paulo, Natal e no Rio de Janeiro, o instituto já capacitou 14 mil jovens, sendo que oito mil entraram no mercado de trabalho. Para 2014, a meta é expandir a atuação e duplicar o número de atendidos, passando de 1,5 mil para 3 mil alunos por ano. Confira
Responsabilidade Social – O IGMK completa 20 anos em 2013, tendo capacitado 14 mil jovens e ajudado mais de oito mil a entrar no mercado de trabalho. A que você atribui o bom resultado da atuação da instituição?
Ilan Ryfer – O bom desempenho do IGMK é devido ao comprometimento de todos os envolvidos no nosso processo de capacitação dos jovens. Desde a consistência do material pedagógico exclusivo, os professores, palestrantes e parceiros. Temos cursos de capacitação em parceria com grandes empresas, o que contribui muito para o nosso objetivo final, que é a inserção do jovem no mercado de trabalho.
Os jovens que terminam os cursos de capacitação do IGMK são orientados e encaminhados a entrevistas em busca do primeiro emprego, a começar pelas empresas e parceiros do Instituto. Para mensurar-se o sucesso desta iniciativa, vale dizer que 3 de cada 5 jovens obtém emprego neste primeiro encaminhamento.
RS – Como está pautado o trabalho do IGMK e como a atuação do Instituto evoluiu ao longo dessas duas décadas?
IR – Temos um trabalho intenso e constante de melhoria em várias áreas. A principal é a acadêmica, na qual estamos constantemente revendo nossas apostilas e trazendo palestrantes com novidades do mercado de trabalho. Outra área de evolução é o contato com empresas, fundamental desde o financiamento de cursos, passando pelo desenvolvimento de novos cursos, e finalmente na contratação dos jovens. Uma das principais características do Instituto GMK é que estamos sempre abertos a novas tentativas. Queremos sempre evoluir, criar novos cursos, incluir novos materiais didáticos etc.
RS – Quais as principais ações que estão em curso atualmente?
IR – Atualmente, atendemos 1,5 mil jovens por ano em seis centros de formação: quatro em São Paulo, um em Niterói e um em Natal. Cada turma tem de 30 a 35 alunos, que podem escolher cursos nas seguintes áreas: Auxiliar Administrativo, Hotelaria, Atendente de Cinema, Bartender, Garçom, Turismo e Hospitalidade, TI – Tecnologia de Informação em Montagem de Redes, Construção Civil, Manutenção de Computadores e Auxiliar de Cozinha. Ao longo de nossos 20 anos, criamos vários cursos a pedidos de empresas, mas que infelizmente foram descontinuados por falta de recursos financeiros.
RS – Estudos recentes apontam que no Brasil boa parte dos empresários encontra dificuldades para o preenchimento das vagas de trabalho que oferecem. De que forma o IGMK tem atuado para minimizar esse gargalo?
IR – O Instituto mantém um programa que oferece capacitação profissional e desenvolve competências técnicas e humanas para os jovens se tornarem protagonistas de suas trajetórias de vida pessoal e profissional. Parte fundamental nesse programa é a parceria com empresas, que oferecem suporte técnico e financeiro e para as quais se destinam boa parte dos jovens formados. Muitos cursos já foram montados com base na demanda de mercado.
RS – Em sua opinião, quais são os principais desafios do Brasil na área de qualificação profissional e qual o papel do IGMK nesse contexto?
IR – O IGMK precisa estar sempre em linha com as demandas, não somente do mercado, mas também com os anseios dos jovens que formamos. Talvez esse seja o maior desafio do Brasil, uma vez que a demanda por trabalhadores numa área não está alinhado com a oferta de mão de obra. O IGMK tenta direcionar os jovens para as áreas de maior demanda, onde as oportunidades de trabalho são melhores. Isto sem nunca perder de vista os desafios de melhorar continuamente a qualidade dos cursos oferecidos e atualizar didática e temas para a atualidade.
RS – Quais as metas do Instituto para os próximos anos?
IR – Entre nossas metas, está a duplicação do número de atendidos, de 1,5 mil para 3 mil alunos por ano. Queremos também ter uma ou duas parcerias com ONGs do Rio de Janeiro. Estamos ainda procurando um local para ter uma sede acadêmica própria; atualmente, temos somente uma sede administrativa e utilizamos o espaço de sala de aula das ONGs parceiras. Queremos manter essas parcerias e até ampliá-las, mas entendemos que temos de ter um espaço de aulas do Instituto em São Paulo para podermos testar todos os nossos novos cursos num ambiente mais controlado.
RS – Qual o seu entendimento para o termo ‘responsabilidade social’?
IR – Responsabilidade Social é um termo recente e muitas vezes usado de forma marketeira pelas empresas para descrever uma evolução nas relações entre empresas e sociedade. A sociedade atual exige muito mais que bens e serviços das empresas. Ela exige que empresas se comportem de forma responsável perante a comunidade onde atuam, contribuindo para o bem estar social.
Atualmente, existem os empreendedores sociais, aqueles que buscam o lucro com uma atividade que gera benefícios para a sociedade. Isso prova que podemos sim pensar em uma nova forma de capitalismo, que junte o terceiro setor com a atividade empresarial.
Instituto George Mark Klabin (IGMK) – Site: www.institutogmk.org.br
Também nessa Edição :
Perfil: Joey Salceda
Artigo: Voluntariado é uma escolha
Notícia: Brasília inicia mobilização sobre descarte correto de resíduos sólidos
Notícia: Estudo rastreia a pegada de carbono da política tributária brasileira
Notícia: Empresas brasileiras têm segundo pior desempenho em ranking de transparência
Oferta de Trabalho: Procura-se (10/2013)
Leave a Reply