• Skip to primary navigation
  • Skip to main content
  • Skip to primary sidebar
  • O que é Responsabilidade Social?
    • Quem somos
  • Divulgue seu Projeto
  • Envie seu artigo
  • Anuncie
  • Contato

Responsabilidade Social

  • Entrevista
  • Noticias
  • Artigo
  • Charge
  • Oferta-de-trabalho
  • Perfil
  • Editorial
You are here: Home » Entrevista » Denise Grinspum

Denise Grinspum

June 12, 2020 by admin Leave a Comment

679-phpKBuzit

“O quadro da educação básica hoje não é muito animador. No entanto, penso que muita coisa melhorou em Educação no país”. Essa avaliação é de Denise Grinspum, que há dois meses assumiu a gerência geral do Instituto Arte Na Escola, organização responsável por incentivar e qualificar o ensino da arte no país e que atende hoje 12 mil professores presencialmente e outros 27 mil virtualmente. O site do Arte na Escola está concorrendo como melhor Portal de Educação do Top Educação 2008.

Ela é doutora em Educação e tem uma trajetória profissional atuante no cenário da Arte-Educação no Brasil. Denise Grinspum foi diretora do Museu Lasar Segall, onde implantou a área de ação educativa. Compõe a diretoria do Comitê Brasileiro do International Council of Museums. Foi curadora do projeto educativo da 27ª Bienal de São Paulo e atuou em outras organizações como o Centro Cultural de São Paulo e a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Denise retorna ao Instituto Arte na Escola, do qual já participou como coordenadora de pólo e membro da Diretoria da Rede Arte na Escola.

Em entrevista exclusiva ao Responsabilidade Social.com, ela faz um balanço da atuação do instituto e da educação no país.

1) Responsabilidade Social – A senhora já atuou no Instituto Arte na Escola como diretora e volta agora ao instituto à frente da gerência geral da instituição. Como a senhora encara esse retorno e quais os principais projetos para essa gestão?
Denise Grinspum –
Eu fui coordenadora do pólo que havia no Museu Lasar Segall, de 1994 a 1998. Naquela época, o instituto ainda não existia. Eu compunha a diretoria da Rede Arte na Escola, formada também por Ana Mariza Filipouski e Evelyn Ioschpe. A Rede Arte na Escola naquele momento era muito menor e ainda não havia um uso tão disseminado de internet. Ao voltar ao Arte na Escola, encontrei um projeto gigantesco, que atende a 12 mil professores presencialmente e 27 mil virtualmente. Os desafios são muitos. O instituto não está dissociado das principais preocupações que a nação tem com Educação no Ensino Básico. Queremos saber como Arte poderá ajudar o Brasil a atingir as metas do Compromisso Todos pela Educação, uma das etapas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) estabelecidos pelo Ministério da Educação (MEC), que inclui atividades de cultura em seu foco central. Como se sabe, o MEC recomenda o acompanhamento individual das crianças, atividades de cultura e esporte, participação da comunidade nos conselhos de cada escola e criação de conselhos municipais de Educação. O Ensino de Arte pode cumprir um papel fundamental nisso.

2) RS – Para a senhora, que atributos devem constar no perfil de alguém que está à frente de uma organização com a competência de desenvolver e implantar ações de responsabilidade social e sustentabilidade?
DG –
Eu diria que são atributos importantes a sensibilidade para as necessidades sociais do país e habilidades gerenciais e liderança para conduzir uma operação social complexa, que envolve educandos e educadores dos vários níveis de ensino em todo o país.

3) RS – O instituto atua há nove anos com a missão de fomentar e qualificar o ensino da arte em todas as regiões do Brasil. O trabalho é uniforme em todo o país? Como é trabalhar com realidades tão distintas como a da região norte e região sul, por exemplo?
DG –
Na verdade, o Arte na Escola existe desde 1989, como Projeto da Fundação Iochpe e só em 2000 foi criado o Instituto Arte na Escola (IAE) para ampliar, garantir consistência, interconexão, efetividade e sustentabilidade à Rede Arte na Escola. Hoje, a Rede reúne 53 Pólos Universitários, distribuídas pelos 24 Estados da federação e Distrito Federal, marcando suas atividades em 48 cidades.

O Brasil é um país com extensa diversidade cultural, social e econômica e procuramos respeitar e valorizar as diferenças. No entanto, temos o objetivo de auxiliar as regiões mais necessitadas no desempenho de seus planos de ação. Nos últimos anos, o IAE tem feito um grande esforço de acompanhar a gestão de cada pólo e de desenvolver ações educativas para promover a melhoria de todos eles. Praticamente todos os pólos têm grupos de estudo, com instrumentos de avaliação e registro. Com o tempo, esperamos que toda a Rede fique bem qualificada em suas ações. Nossos materiais de ensino, como DVDs e imagens fixas buscam incluir arte regional, tanto popular como erudita, visando contemplar essa diversidade cultural que o Brasil oferece. Há pólos implantados há mais tempo e que, portanto, dominam com mais tranqüilidade as ferramentas do Arte na Escola, assim como há iniciativas regionais de grande qualidade e outras que ainda necessitam de mais apoio para se desenvolverem.

4) RS – De fato é desafiador trabalhar com o ensino da arte no Brasil? Quais são as principias dificuldades encontradas pelo instituto?
DG –
Trabalhar com ensino de Arte é desafiador porque a implantação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que torna obrigatório o ensino da disciplina, é relativamente recente. Ainda há o problema da polivalência (expectativa de que o mesmo professor de Arte dê conta das quatro linguagens: artes visuais, música, dança e teatro) e da carga horária alocada para a disciplina, que é muito baixa. E, sempre, a questão da formação do professor – inicial e continuada – onde é preciso muito investimento.

As principais dificuldades do instituto são parecidas com as das próprias instituições de ensino; isto é, aplicar sistemas de avaliação de aprendizagem e de impacto para saber o quanto o ensino de arte impacta na melhoria do desenvolvimento escolar. Isso seria para nós um grande avanço.

5) RS – Comente os principais projetos que o instituto desenvolve hoje.
DG –
O Projeto Arte na Escola elegeu a universidade como parceira operadora de seus programas, entendendo-a como locus do saber e a escola como o espaço onde a teoria é testada na prática. O Arte na Escola procurou unir de maneira sinérgica esses dois pólos, visando que o conhecimento gerado na universidade desenvolva a prática da sala de aula e esta fertilize o aprendizado acadêmico. A universidade tornou-se, no âmbito do Arte na Escola, a interlocutora local para o desenvolvimento do Programa Educação Continuada, voltado para os professores das redes de ensino públicas e particulares e, também, no acesso a materiais educacionais, por meio da Midiateca. Esses são os dois pilares de atuação da Rede Arte na Escola.

O Arte na Escola também trata de construir e disseminar materiais educacionais (kits educacionais e DVDteca Arte na Escola), levando o universo da arte para dentro da sala de aula por meio de mídias diversificadas (imagens fixas e móveis), buscando ampliar a relação da escola com o museu e, sobretudo, ampliando o repertório cultural e artístico dos professores de arte de modo que os materiais educativos possam transmitir tanto conteúdos específicos da arte quanto pedagógicos.

Para dar visibilidade e assim estimular as melhores práticas, o Instituto Arte na Escola instituiu o Prêmio Arte na Escola Cidadã que, a cada ano, reconhece o trabalho daqueles que se dedicam à arte-educação e seleciona os melhores projetos de professores de arte em todo o território nacional, em todos os níveis de ensino da escola básica.

6) RS – Que balanço a senhora faz do que já foi feito pelo instituto? Quais os principais resultados que podem ser apresentados?
DG –
Em 2007, o instituto atendeu cerca de 34.399 professores em todo o país. Ao longo do ano, 81 parceiros – entre museus, secretarias de educação e cultura municipais e estaduais e instituições culturais e educacionais – desenvolveram ações de educação continuada junto aos pólos da Rede Arte na Escola, atendendo presencialmente 12.060 mil professores. Foram instituídos 101 grupos de estudo, em que o professor de arte tem a oportunidade de supervisão e aperfeiçoamento a partir das vivências de sala de aula, promovendo um encontro entre o cotidiano escolar e a universidade. A rede também realizou 103 ações de formação, em que o público beneficiado tem a chance de participar de cursos, congressos, seminários e ciclos de debate sobre arte e seu ensino. Além disso, quatro encontros regionais marcaram as ações da rede em 2007. Esses encontros envolvem universidades conveniadas ao instituto, que se articulam somando conhecimentos, gerando mais saber e trocas compartilhadas. Em 2007, o site http://www.artenaescola.org.br atingiu a marca de 22.339 usuários cadastrados e 103 mil visitantes únicos por mês. Hoje, o site já tem 27 mil professores cadastrados.

Ao que tudo indica, o Instituto Arte na Escola tem uma história de mobilização pela valorização da arte e de melhoria de seu ensino no Brasil que não se encerra na formação continuada e na oferta de materiais educacionais. Essa trajetória complementa-se e traduz-se em seminários internacionais, encontros técnicos, programas de intercâmbio com universidades americanas e outras ações que, ao longo dos anos 90, não só corresponderam às necessidades históricas de seus protagonistas à época, como também colaboraram com a própria construção do ensino da arte no País.

7) RS – Está previsto para outubro a entrega da nona edição do “Prêmio Arte na Escola Cidadã”, que pela primeira vez ultrapassou a marca dos mil inscritos. Foi uma surpresa para o instituto? Na sua opinião, a que se deve essa grande procura? Qual o perfil dos projetos inscritos?
DG –
Em 2008 recebemos 1.010 inscrições, apenas 8,5% mais do que no ano passado, que por sua vez recebeu o dobro do número registrado em 2006. Os professores querem ver seus trabalhos reconhecidos e o prêmio contribui para isso. Além do mais, o sistema de inscrição virtual é muito facilitador e ajudou a manter os números em patamares satisfatórios. Mas o que mais nos importa é avaliar se a qualidade dos projetos melhorou e isso só poderemos saber após o término da etapa de avaliações regionais, que se iniciam a partir da segunda quinzena de agosto.

8) RS – Em que projetos e metas vocês estão envolvidos para o futuro?
DG –
Temos pensado muito no desenvolvimento de pesquisas de avaliação e no ensino a distância. Estamos ainda em fase de prospecção e não é possível ainda falar em metas desses projetos.

9) RS – Como a senhora avalia a atuação das organizações do terceiro setor no Brasil nos últimos nove anos? Esses institutos estão mais qualificados?
DG –
As organizações do Terceiro Setor vêm se profissionalizando gradativamente e qualificando suas ações. No início dos anos 90 é que surgem os primeiros cursos de especialização e MBA dedicados ao setor, a entender suas dinâmicas de atuação, sua lógica própria e abarcando as várias áreas do conhecimento que envolvem a administração e gestão de organizações sociais. Áreas como a jurídica e a de marketing tiveram avanços significativos. Data dessa época também o surgimento de organizações de associação específica desse campo, como o GIFE (Grupo de Instituto, Fundações e Empresas) e o Instituto Ethos, que atuam no campo do Investimento Social Privado e da Responsabilidade Social que, embora muito próximos, têm conceitos distintos. Todo esse cenário impactou o desempenho das organizações sociais brasileiras. O grande desafio tem sido analisar as interações dessas organizações com o Estado e o mercado, situando-as na perspectiva de intervenção da sociedade civil brasileira no processo de construção democrática do país.

10) RS – E a atuação na área de educação? Melhorou? Quais são os principais avanços e os retrocessos?
DG –
Se olharmos para o quadro da educação básica hoje, o resultado não é muito animador. No entanto, penso que muita coisa melhorou em Educação no País. Principalmente em relação às políticas públicas que, ao reconhecerem as deficiências, adotam metas e estratégias para superá-las. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Idep) é uma prova disso. Além de divulgar indicadores, o MEC propõe ações de cooperação técnica e apoio financeiro para os municípios em situações mais graves. Há também um grande incentivo para a cooperação de comunidades, famílias e voluntários para a resolução dos problemas. Não identifico retrocessos nesse processo.

11) RS – Como a senhora define o conceito de “responsabilidade social”?
DG –
Pluralidade, ética, sustentabilidade e transparência são palavras-chave no comportamento empresarial contemporâneo e elas estão muito associadas ao conceito de responsabilidade social. Mas entendo que o principal aspecto da responsabilidade social é comprometimento para o desenvolvimento de uma sociedade construída em torno da melhoria de vida de seus cidadãos, com acesso a sistemas eficientes de saúde, educação e cultura.


Instituto Arte na Escola – Tel.: (11) 3103.8088 – Site: www.artenaescola.org.br

Também nessa Edição :
Perfil: Lucas Duarte
Artigo: Caminhos da humanidade, rumos da educação
Notícia: O que deu na mídia (edição 59)
Notícia: Educação e sustentabilidade
Notícia: Intercâmbio para o consumo consciente
Notícia: Conexão Social
Oferta de Trabalho: Procura-se (08/2008)

Filed Under: Entrevista

Reader Interactions

Leave a Reply Cancel reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Primary Sidebar

Veja mais

Os Benefícios de Adotar um Animal de Estimação em Vez de Comprá-lo

March 20, 2024 Leave a Comment

A Importância das Redes Sociais para Prefeituras e Municípios no Brasil

February 2, 2024 Leave a Comment

Energia Solar: Transformando Luz em Sustentabilidade Ambiental

January 30, 2024 Leave a Comment

Recent Posts

  • Os Benefícios de Adotar um Animal de Estimação em Vez de Comprá-lo
  • A Importância das Redes Sociais para Prefeituras e Municípios no Brasil
  • Energia Solar: Transformando Luz em Sustentabilidade Ambiental
  • A Importância Da Doação De Sangue
  • Transformando o Mundo: Startups Sociais e Suas Inovações Locais

© Copyright 2002 - 2025 Responsabilidade Social — ISSN: 1677-4949. Website support service