O referendo nacional sobre a comercialização de armas e munição no Brasil acontece dentro de poucos dias. A população está formando, aos poucos, opinião sobre o assunto. Porém, são pouquíssimos os instrumentos de informação que mostram de forma imparcial os argumentos das duas partes interessadas. A revista semanal Veja desta semana (edição número 1925), por exemplo, fez um desserviço à população ao escrever matéria tendenciosa a respeito do tema. Era preciso ir mais além – ouvir as opiniões contrárias, deixar que o leitor decida por si só, amparado pelos seus conhecimentos e valores. Mas em uma coisa a publicação acertou: o plebiscito, em si, vem em má hora e traz solução incipiente para a problemática da violência em nossa sociedade.
Em maio deste ano, pedimos que nossos leitores respondessem à seguinte pergunta na enquete: “Você é a favor do desarmamento?”. A maioria – 76,6% – respondeu que é a favor. Outros 22,4% disseram ser contra e apenas 0,9% disse estar “indiferente” à questão. Portanto, verificamos que a maior parte das pessoas acredita que um mundo sem armas é o ideal. O plebiscito é importante para saber o que o povo pensa a esse respeito. Mas é ilusão pensar que, se o “SIM” vencer, o panorama violento irá se transformar.
O fato é que a situação social do país está longe de refletir o resultado que os eleitores gostariam de alcançar ao votar “SIM”. Uma abordagem coerente da situação viria respaldada por verdadeiras transformações sociais – voltadas para o atendimento das necessidades do povo, para a redução dos níveis de desigualdade, propondo soluções efetivas para as questões do tráfico de drogas, entre muitos outros aspectos.
Esperamos que o plebiscito seja apenas um primeiro passo rumo a uma agenda de ações importantes para o estabelecimento da paz na sociedade. Se as ações limitarem-se tão somente a uma pergunta, o plebiscito terá sido um mero tiro no vazio.
Leia em nossa 32a edição entrevista feita com Luis Ulla, diretor executivo do Instituto Argentino de Responsabilidade Social Empresarial (IARSE). O técnico fala sobre como os empresários podem atuar dentro de uma Argentina em busca de autonomia econômica depois de sucessivos anos de crise. Leia, também, o artigo de Miguel Fontes, diretor da John Snow Brasil, que tece considerações sobre o retorno e o impacto econômico do investimento social privado no país.
Na seção de notícias, mostramos a excelente iniciativa do CBIEE, que anunciou ferramenta inédita que direciona e dá transparência à gestão de ações sociais em investimentos de longo prazo no setor elétrico brasileiro. Veja também o sucesso do Dia Mundial de Limpeza do Litoral em Brasília. Embora distante do litoral, a ação retirou 1,5 ton de lixo do Lago Paranoá. Conheça também a ação que o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) está realizando junto à Associação dos Juízes Federais do Brasil para imprimir rapidez e qualidade aos julgamentos de crimes cometidos no país. Pode ser um primeiro passo rumo à Reforma do Poder Judiciário.
Bom proveito!
Também nessa Edição :
Perfil: Andréa Ambrósio
Entrevista: Luis Ulla
Artigo: Social não é gasto nem custo, é investimento
Notícia: O que deu na mídia (edição 32)
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Notícia: Dia Mundial de Limpeza do Litoral
Notícia: Por uma justiça mais eficaz
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