
Por Marluce Dezorzi
A base conceitual do Instituto Ethos nos mostra que o cerne da responsabilidade social empresarial é a ética. Com absoluta certeza a ética é a chave mestra que abre os portões da verdadeira e única maneira de gerir uma organização. Entendo ainda que a ética deva ser para as organizações a “rocha” que sustenta e sustentará a edificação – independente da intensidade do vendaval mercadológico, nada a destruirá.
É imprescindível que as organizações compreendam que não há responsabilidade social sem ética nos negócios. Do que adianta uma organização burlar as regras das relações trabalhistas (CLT), prejudicando seus empregados quanto aos seus direitos, corromper a área de compras de seus clientes ou pagar propinas a fiscais do governo? Será que essas organizações acreditam que se desenvolverem programas voltados para as entidades sociais da comunidade estão cumprindo com seu papel social? Asseguro que não. Essa postura não condiz com uma empresa que busca o caminho de responsabilidade social. É preciso haver coerência entre ação e discurso.
Muitas organizações enveredam pelos caminhos das ações sociais, acreditando que estão praticando ações de responsabilidade social. Não compreendem e muitas vezes até ignoram que para ter uma gestão socialmente orientada é preciso instituir diretrizes para:
1. Construir relacionamentos éticos e transparentes com todos os púbicos;
2. Estabelecer metas compatíveis com o desenvolvimento sustentável;
3. Preservar os recursos ambientais e culturais para as gerações futuras;
4. Respeitar a diversidade;
5. Promover ações concretas e duradouras para eliminar ou minimizar as desigualdades sociais.
Acredito que as organizações devem buscar métodos eficazes para o gerenciamento de seus negócios, de forma que o mesmo possa ser a cada dia mais rentável para possibilitar não só a sobrevivência, mas também seu crescimento, objetivando a sustentabilidade. A ABRH/MT é uma entidade que possui a missão de disseminar o conhecimento do mundo do trabalho para desenvolver pessoas e organizações, influenciando na melhoria da condição, política e econômica do país. Promove pelo segundo ano o Congresso Mato-grossense sobre Gestão de Pessoas, que já é considerado o maior evento da região centro-oeste e o terceiro do país, pela capacidade de reunir conferencistas do Brasil e do mundo, além de grande número de participantes e por realizar simultaneamente uma feira de produtos e serviços de Gestão de Pessoas.
Neste ano, o COMAGEP, Congresso Mato-Grossense de Gestão de Pessoas, traz como tema central a Gestão Holística de Pessoas: “Um novo paradigma na construção de um futuro sustentável para organizações e sociedade”. O objetivo é discutir perspectivas relevantes sobre sustentabilidade das organizações, levando em conta todas as ações pertinentes ao desenvolvimento sustentável, mas tendo como questão estratégica as Pessoas nas organizações. O homem como o centro do e conectado ao universo.
Para isso, serão discutidos em palestras magnas, oficinas e palestras simultâneas cinco eixos, sendo eles: Modelos Mentais, Pensamento Estratégico, Empreendedorismo Sustentável, Ética e Cidadania e Cultura de Valores. Através dessas temáticas discutiremos questões altamente relevantes para o mundo dos negócios, apresentando conceitos e tendências mundiais para que os congressistas possam conhecer e se sensibilizar com o novo paradigma que está se instalando no mundo corporativo.
O Congresso estimulará os profissionais e dirigentes das empresas a buscarem ferramentas e técnicas efetivas para a gestão do negócio, creio que as organizações devam possuir algumas filosofias para sua gestão e com certeza a responsabilidade social empresarial é a filosofia que dará suporte para as outras. Porém, há também um grande paradoxo nos modelos mentais dos empresários: Filosofia não faz o negócio crescer… Não temos tempo para filosofar, precisamos ganhar dinheiro. Parafraseando William Shakespeare: “Só pensamos naquilo que cremos, e só cremos naquilo que queremos”.
O que os empresários pensam a respeito de si e de seu negócio? No que eles crêem? Será que é possível desenvolver programas de responsabilidade social de forma autêntica se não houver vontade e crença na filosofia sugerida pelos preceitos da responsabilidade social? Acredito que seja impossível. É pela crença e vontade que as ações se consolidam e é pela mudança de pensamento que mudamos o nosso “universo”. E cada um de nós precisa dessa mudança. Só assim ajudaremos a sociedade a ser melhor a cada dia.
Marluce Dezorzi é Presidente da ABRH/MT, Consultora de Gestão e docente dos cursos de graduação e pós-graduação nas universidades de Mato Grosso. E-mail: marlucecm@turbo.com.br
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