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Nossa estranha mania de ter fé na vida

January 9, 2021 by admin Leave a Comment

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Por Lúcia Modesto

Herdeiros de uma cultura de colônia, por muitos anos, fomos acostumados a olhar para fora do país, recolhendo vestígios de uma formação estrangeira. Alguns tantos antropofagiram, antes e depois de Oswald, mas não foram poucos os que pagaram um preço alto pelo olhar submisso: não enxergaram o processo de formação e de desenvolvimento do povo brasileiro, da nossa cultura, dos nossos valores, do nosso trabalho.

O senso comum que tece a imagem de um brasileiro dado à malandragem e à preguiça não resiste ao mais breve contato com a realidade da maioria de nossa gente. É só andar Brasil afora, nas cidades e nos grotões, para vermos a força da nossa gente. Temos pessoas que sabem de suas capacidades e querem construir um país melhor, que são solidárias, fraternas, dignas, éticas, criativas. Sobretudo criativas.

Quantas vezes não ouvimos falar sobre o tanto de criatividade e malabarismo que as pessoas fazem para garantir a sobrevivência? Isso é um fato, sobretudo entre os mais pobres. Por muito tempo excluídos das políticas públicas, os mais pobres tiveram de inventar, a cada dia, o que fazer para garantir a comida no dia seguinte. Tendo de se desdobrar diante da incerteza do elementar para sobrevivência, sobra pouco para sonhos mais elevados. O impacto dessa condição só não foi mais pernicioso em nossa gente por causa da solidariedade que prevalece entre nós. Quem vê de perto nossa gente, sabe que um pouco de apoio permite que o potencial criativo se desdobre em novas criações.

O nosso último balanço do Bolsa Família mostra que, de 2004 para cá, mais de 44 mil famílias pediram voluntariamente ao governo seu desligamento do programa. O motivo apresentado por essas famílias entra nas lições de civismo: conseguiram melhorar a renda e pediam que outras famílias, em pior situação, pudessem usufruir do benefício. Além disso, observamos em estudos realizados que o número de ocupação entre as famílias beneficiárias do Bolsa Família era maior do que entre as famílias que não estavam no programa. Nem precisamos nos esforçar muito para descobrir os motivos. Ninguém quer ficar para trás, todo mundo quer melhorar de vida e, se não fizeram isso antes, certamente foi porque faltaram condições. Isso vale para todos: brancos, negros, pardos, índios, quilombolas, ninguém fica de fora.

Sabemos que quando o Bolsa Família chega em algumas comunidades é, em muitos casos, a ajuda que faltava às pessoas para que pudessem mostrar o que sabem fazer ou o que podiam vir a fazer. Se ainda tem de colocar a cabeça para funcionar para fazer render a ajuda, é de maneira mais tranqüila, porque passa a ter consciência do direito que tem de ter uma renda mínima que lhe apóie a garantir o sustento da casa.

Isso mostra o quanto as políticas de proteção e promoção social podem mudar a vida das pessoas e como elas acabam por valorizar os melhores sentimentos do povo brasileiro. Incluir uma família no Programa Bolsa Família é apresentá-la ao mundo dos direitos elementares, é fazer com que cada um de seus membros saiba de sua condição de cidadão e, assim, desenvolva suas melhores capacidades. Como tem afirmado o ministro Patrus Ananias, nossas políticas abrem as portas para que pessoas, famílias e comunidades tenham acesso aos direitos e passem, inclusive, a ter direito de sonhar.

Contaram-me sobre um episódio muito ilustrativo acontecido recentemente durante evento de catadores de material reciclável em Minas Gerais, com a presença do presidente Lula. O representante dos catadores presente na reunião pediu ao presidente autorização para que dois de seus companheiros entrassem na parte oficial carregando a bandeira do Brasil e explicou: “A gente se emociona quando ouve o hino nacional. Mesmo com tanto tempo excluído, a gente tem orgulho da nossa pátria”. São trabalhadores que têm conquistado espaços e ampliado trabalhos com apoio de políticas públicas e sentem-se, cada vez mais, sujeitos da história de um país.

Acima de tudo, o povo brasileiro espera e trabalha por um mundo melhor. É a insistente “mania de ter fé na vida”, como na música de Milton Nascimento e Fernando Brant. E nós acreditamos que podemos, com a construção de uma rede de proteção social inclusiva, ver canalizada essa “mania” na construção de um projeto de nação, desenvolvida e íntegra como seu povo.


Lúcia Modesto é secretária nacional de Renda de Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – E-mail: ascom@mds.gov.br – Site: www.mds.gov.br

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