
Imagem do Seminário
Representantes de todos os estados brasileiros e de 11 países reuniram-se, neste mês, durante o I Seminário Internacional “Gerenciamento de Redes para o Desenvolvimento Comunitário”. Na oportunidade, assuntos como exclusão social e suas soluções foram debatidos. Experiências desenvolvidas nos diferentes países também foram apresentadas no encontro.
O I Seminário Internacional “Gerenciamento de Redes para o Desenvolvimento Comunitário”, realizado pelo COEP de 29 de março a 2 de abril em Maceió, reuniu cerca de 250 pessoas, entre elas 26 convidados estrangeiros de 11 países (África do Sul, Angola, Bolívia, Canadá, Chile, Costa Rica, El Salvador, Gana, Holanda, Inglaterra e Peru), que compartilharam suas experiências no desenvolvimento de projetos sociais com representantes de entidades brasileiras como ASA (Articulação do Semi-Árido), CNBB, Ibase e Visão Mundial e com membros dos COEP nacional e estaduais e representantes técnicos de empresas associadas ao COEP. O evento foi uma oportunidade para conhecer a realidade de outros países, tanto desenvolvidos como em desenvolvimento, obter informações sobre a forma de atuação de outras redes sociais e pensar futuras formas de aprendizagem, cooperação e troca de experiências entre as redes.
As exposições dos convidados estrangeiros deixaram claro que o empobrecimento da população e a exclusão social são fenômenos mundiais que afetam tanto países ricos quanto os pobres. Os palestrantes foram unânimes ao afirmar que as desigualdades têm crescido, mesmo onde os índices de pobreza foram reduzidos, em função da globalização e da política neoliberal. E a forma de enfrentar esses efeitos perversos da globalização e de um modelo de desenvolvimento gerador de desigualdades são também muito semelhantes nos diversos países presentes ao seminário. As redes sociais dos 11 países presentes são espaços de aprendizagem e atuam tendo como base a promoção da justiça social, da cooperação e do respeito à diversidade. Em geral, todas são norteadas por valores como ética, autonomia, transparência, inovação e capacidade de mudança e usam as tecnologias de comunicação como instrumento de atuação e de manutenção de sua coesão.
As apresentações e debates deixaram claro a existência de um consenso entre os promotores de projetos de desenvolvimento comunitário de que as intervenções nas comunidades não podem acontecer de forma impositiva e devem ter um caráter emancipatório. A maioria dos palestrantes afirmou que não existem soluções prontas para os problemas das populações empobrecidas e excluídas e que a melhor maneira de ajudá-las é ouvindo suas necessidades, identificando suas potencialidades e vulnerabilidades naturais, culturais, sociais e econômicas e atuando em parceria de forma a dotar-lhes dos instrumentos necessários a sua autonomia, fazendo com que elas próprias sejam as autoras de seus processos de desenvolvimento.
A realização do evento permitiu uma troca de experiências tão proveitosa que a meta do COEP é criar fóruns de debates sobre os diversos temas abordados, possibilitando a continuidade da interação estabelecida durante o evento e, futuramente, criar um programa de capacitação reunindo as redes desses países para maior intercâmbio de conhecimentos e experiências.
No último dia do evento, os convidados estrangeiros fizeram uma visita à comunidade Vila Emater II, um lixão onde o COEP Alagoas está começando a implantar um projeto de desenvolvimento comunitário. Além de ver in loco as condições de vida da população, os visitantes puderam conhecer um pouco da história da comunidade que reúne cerca de 1.380 pessoas, em 360 famílias, que não têm acesso a saúde, educação ou saneamento básico e ainda enfrentam sérios problemas de alcoolismo e de violência decorrente do tráfico de drogas.
Site: www.coepbrasil.org.br
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