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Raí de Oliveira

agosto 20, 2020 by admin Leave a Comment

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Em dezembro de 1998, os famosos jogadores de futebol, Raí e Leonardo, deram o pontapé inicial para a realização de um sonho que nasceu da força da amizade. Enquanto jogavam no mesmo time e dividiam as conquistas, ambos vislumbravam a possibilidade de oferecer oportunidades de acesso à educação e à cultura para crianças de baixa renda. A partir daí, surgiu a idéia de criar a Fundação Gol de Letra, com o intuito de investir na formação ampla e usar o esporte como uma das linguagens, inserida no contexto metodológico para o crescimento individual e coletivo. Hoje, cinco anos depois de sua criação, a fundação já contabiliza mais de 800 crianças e adolescentes atendidos pelos seus programas. Em entrevista à revista eletrônica www.RESPONSABILIDADESOCIAL.COM, o presidente da Fundação Gol de Letra, o jogador de futebol Raí, fala sobre a descoberta de um novo sentido em sua vida ao se dedicar a ações sociais, além de diversos pontos de vista sobre a atuação do Terceiro Setor no Brasil e a forma diferente de educar por meio do esporte e da cultura. Confira abaixo:

1) Responsabilidade Social – Qual a proposta inicial de trabalho da Fundação Gol de Letra e como ela evoluiu ao longo da sua existência?
Raí –
A Fundação Gol de Letra iniciou seus trabalhos em 1999 com a sede paulistana, localizada no bairro do Tremembé. Com a proposta de desenvolver um trabalho de complementação escolar, o Programa Virando o Jogo foi o ponto de partida para oferecer a uma população de 180 crianças e adolescentes, com idade entre 7 e 14 anos, atividades de arte-educação, esportes, leitura, escrita e informática. O objetivo era ampliar o universo cultural e estimular o prazer pelo aprendizado. No ano seguinte, visando atender o público adolescente que já deixava o Programa Virando o Jogo, nasceu o projeto A Cara da Vila. Reunidos em oficinas de vídeo, fotografia, teatro e música, os jovens resgataram a história local e a identidade do bairro por meio das técnicas absorvidas nas atividades. Depois de dois anos em São Paulo, a Fundação Gol de Letra desembarcou em Niterói. A nova unidade nasceu com o objetivo de atender quatro comunidades da região oceânica da cidade. Com um espaço de 10 mil metros quadrados, a sede carioca reuniu 200 crianças e adolescentes, de 6 a 14 anos no Programa Dois Toques. Leitura e escrita, informática, dança, música e esportes interligam-se para gerar descobertas de um novo universo cultural. Em 2001, o projeto a Cara da Vila se transformou no Programa de Formação de Agentes Comunitários (FAC). O FAC reúne cerca de 200 jovens em oficinas artísticas – dança, música, teatro, capoeira, artes visuais e de comunicação – vídeo, jornal e fotografia. Além da técnica, os participantes recebem uma formação comum, direcionada à cidadania. Desta forma, busca-se criar uma postura crítica e consciente dos jovens na transformação da realidade local com ações geradas pela sensibilização e pelas técnicas adquiridas. Desde o início de nossas atividades, cerca de 800 crianças e jovens já passaram pelos programas Virando o Jogo, Dois Toques e Formação de Agentes Comunitários.

2) RS – O que o senhor entende por Responsabilidade Social?
Raí –
Responsabilidade social é um conceito amplo que pode ser aplicado ao indivíduo, a uma empresa, ou à sociedade em geral. Você pode ser responsável socialmente se não ultrapassar um farol vermelho, não parar o carro em cima da faixa de pedestres, se for a um jogo de futebol e respeitar a torcida adversária. No caso das empresas, fica cada vez mais clara a amplitude desse conceito que deixou de ser apenas em relação ao consumidor com a qualidade de um produto e o bom funcionamento de uma central de atendimento. Hoje, as pessoas entendem que a empresa socialmente responsável respeita o direito de seus funcionários, não agride o meio ambiente, cumpre com os deveres legais, atende bem seu consumidor, olha para a comunidade onde está inserida etc. Quando a responsabilidade social parte do indivíduo, acontece uma “contaminação” dos grupos nos quais ele está inserido, é como formar uma rede. Cada vez mais as pessoas aprendem a exercer sua cidadania e isso será um caminho para eliminar a falta de responsabilidade social. Cada vez mais, as pessoas questionam e cobram um posicionamento adequado. Certamente, será um novo ciclo. Um ciclo virtuoso.

3) RS – Como o senhor avalia a atuação do Terceiro Setor no Brasil? Que iniciativas podem ser tomadas para otimizar os resultados nesse setor?
Raí –
O terceiro setor está em pleno amadurecimento. As organizações não-governamentais e as empresas aprendem juntas a atuar em parceria e começam a estabelecer uma cultura efetiva de investimento social. No caso da Fundação, por exemplo, buscamos cada vez mais parceiros mobilizados pela causa da educação e que queiram acompanhar e apoiar a evolução de nossos programas e projetos. Esses, por sua vez, envolvem funcionários, consumidores e outros parceiros em uma rede solidária. Nessa relação, a gestão profissional é essencial para o crescimento da organização e para a aproximação das empresas. Pela escassez de recursos, muitas instituições não podem investir na contratação dessas pessoas, mas o voluntariado tem cumprido um papel de destaque nesse sentido, oferecendo conhecimento e habilidades técnicas para as organizações. Fica claro que a mobilização, não só financeira, mas de conhecimento alavancam cada vez mais a atuação do terceiro setor. O voluntariado é uma força impulsionadora do trabalho da Fundação. Hoje, contamos com cerca de 130 pessoas, distribuídas nas áreas de pedagogia, comunicação, saúde e desenvolvimento institucional. São pessoas que dedicam seu tempo, seu talento e trabalho para a Fundação Gol de Letra e apóiam a nossa evolução com um profissionalismo e dedicação incalculáveis.

4) RS – Como se dá a participação da sociedade no projeto da Fundação Gol de Letra? Quais as estratégias da associação para estimular a comunidade a cooperar com esse processo?
Raí –
Temos a participação da sociedade em vários sentidos. Dentro da comunidade onde estão inseridas duas unidades da Fundação, existe a preocupação em estimular o desenvolvimento local pela atuação consciente e crítica dos moradores. Entendemos a criança em seu contexto social e não adianta oferecermos um mundo diferente dentro da instituição e ela encontrar uma lacuna enorme quando passa pelo portão. Sendo assim, tentamos formar e informar os pais e os moradores, tanto em São Paulo como em Niterói, por meio de ações sócio-educativas que levem conhecimento para despertar o desejo de atuação cidadã para a mudança. Esse processo começa com o reconhecimento dos valores e da identidade existente na cultura local e passa pelo conhecimento e entendimento de direitos e deveres. Hoje, temos, por exemplo, uma moradora da comunidade que é agente social e atua como delegada do orçamento participativo. Ela conseguiu uma creche para o bairro e trabalha para formação de uma cooperativa para geração de renda. Existe também a atuação em rede que dá seus primeiros passos tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro, reunindo organizações não-governamentais, o poder público e empresas locais na criação de alternativas para o desenvolvimento local. Em um parâmetro macro, contamos com a participação de empresas parceiras que investem não só recursos financeiros, mas também o seu poder de mobilização para a disseminação da causa da educação como caminho para uma mudança real e efetiva. Além disso, contamos com um time de sócios titulares – pessoas físicas que realizam doações mensais para a manutenção e evolução dos programas e projetos.

5) RS – Quais são os parceiros da Fundação Gol de Letra?
Raí –
Segmentamos nossos parceiros em financiadores e institucionais. Os primeiros investem diretamente nos Programas e Projetos. São eles: AVSI, BNP Pariba, Fundação Abrinq, Fundação American Express, Fundação Cesgranrio, Fundação Chase JP Morgan, Fundação Nike, Fundação W.K..Kellog, Instituto Ayrton Senna, Johnson&Johnson, Ministério da Cultura (Lei Rouanet), Nike, Tecnisa, Toody e Unicef. Já os parceiros institucionais investem seu conhecimento, produtos e serviços para o desenvolvimento institucional da Fundação. São eles: Gol Linhas Aéreas, Litokromia Fotolito e Gráfica, Pitti &Brant Comunicação, NBS, Unimed Paulistana, RL Qualix, Unifesp, Porcão, Prosoft e Soter.

6) RS – Qual o maior objetivo da Fundação Gol de Letra para os próximos 12 meses? Algum projeto novo?
Raí –
Vamos completar quatro anos de atuação em São Paulo e dois anos em Niterói. Estamos no começo de nossa história, demos alguns passos, mas sabemos que os resultados em projetos educacionais são gerados em médio e longo prazo. Estamos amadurecendo e, atualmente, criamos mecanismos de sistematização e avaliação de nossos processos educacionais, pois, além de aprimorar o atendimento já realizado, fomos consultados sobre a possibilidade de replicar nosso modelo de trabalho.

7) RS – Como se dá a participação de outros países no projeto?
Raí –
A Fundação conta com a atuação de duas associações internacionais. Na França, ela foi criada por dois amigos que trabalham para a mobilização de recursos a serem aplicados no Brasil. Essa proposta foi multiplicada na Itália com o retorno do Leonardo, também instituidor da Fundação, ao país. A atuação da Fundação Gol de Letra inspirou inclusive a criação da Fundação Milan, instituição ligada ao clube, que insere um novo conceito de gestão no meio esportivo.

8) RS – Qual o critério adotado para definir que crianças serão atendidas pela Fundação?
Raí –
No caso do programa Virando o Jogo e Dois Toques, observamos a idade: de 7 a 13 anos no primeiro, e 6 a 13 no segundo; a condição socioeconômica familiar, pois atendemos aquelas com renda até quatro salários mínimos; e a situação escolar porque a criança precisa estar matriculada na rede regular de ensino. Além disso, os participantes têm que morar na região. Já o Programa de Formação de Agentes Comunitários observa a idade de 15 a 21 anos e o interesse pelas linguagens artísticas ou de comunicação, selecionadas pelos participantes depois de um mês de atividades nas oficinas que mais lhe chamam a atenção. Cada jovem pode integrar duas oficinas. Assim como no Programa Virando o Jogo e Dois Toques, os jovens também devem morar na região.

9) RS – De que maneira o empenho nesse projeto transformou sua vida?
Raí –
A Fundação é a concretização de um sonho que nasceu quando eu e Leonardo jogávamos juntos. Para colocar esse sonho em prática, aprendemos muito. Procuramos pessoas com conhecimento na área, ouvimos e estudamos para saber quais caminhos queríamos percorrer. Hoje, quando entramos na Fundação ou andamos pela comunidade, podemos perceber que fomos além do que podíamos imaginar. As pessoas têm consigo o desejo de mudança. Além da oportunidade de educação para crianças e adolescentes, vemos as famílias, os moradores do bairro completamente envolvidos nessa mesma oportunidade. Todos querem aprender, questionar, conhecer e agir para que a transformação social efetiva aconteça com a participação de cada um. Isso traz um prazer enorme, mas aumenta a responsabilidade diante de um projeto que firma suas bases. O trabalho educacional é um processo contínuo tanto para eles como para nós. Tanto eu como Leonardo temos hoje uma rotina diferente daquela que tínhamos como esportistas. Atuamos diretamente na gestão, integramos a equipe da Fundação, estudamos projetos, participamos de reuniões, tomamos decisões conjuntas, enfim, vivemos também um momento profissional diferente e essa experiência nos traz um prazer enorme.


Site: www.goldeletra.org.br

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