
A diretora da Associação Acorde, Joana Lee Ribeiro Mortari, detalha o trabalho da instituição. Fundada em 2001, a entidade oferece oficinas culturais e esportivas para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, residentes em Embu das Artes e Cotia, municípios da região metropolitana de São Paulo. Também disponibiliza um espaço de convivência cultural para toda a comunidade, por meio de oficinas e eventos como bazares, festas e atividades culturais.
A associação conta com sala de informática, quadra poliesportiva, teatro, biblioteca, cozinha industrial e uma extensa área verde. Há, ainda, educadores com formação específica para cada projeto, além de auxílio de voluntários. Para se ter uma ideia, as ações para os jovens e crianças são realizadas no contraturno escolar e contemplam, por exemplo, as áreas de canto, dança, teatro, artes plásticas, esportes, comunicação e culinária.
“Temos um programa de acolhimento a voluntários interessados em integrar as atividades da Acorde. Eles participam de oficinas semanais e oficinas pontuais. Uma voluntária alemã já está conosco há oito meses”, diz Joana Mortari. Ela também destaca que há várias formas de apoiar a instituição. Uma delas é por meio do ‘Acorde Gastronômico’, que acontece uma vez ao ano. Em 2013 será no dia 19 de outubro, na sede da organização.
“É o evento mais tradicional da associação. Estamos na sexta edição. Trata-se de um grande almoço solidário, para cerca de 200 pessoas, que conta com um chef e sommelier convidados, os quais preparam um cardápio e uma carta de vinhos especiais para a ocasião. A renda com a venda de convites é revertida para a instituição”. A seguir, os principais trechos da entrevista ao Responsabilidade Social:
Responsabilidade Social – Como é pautado o trabalho da Associação Acorde?
Joana Mortari – As oficinas são a nossa ferramenta para trabalhar o desenvolvimento de cada indivíduo e do grupo, sempre com base nos nossos valores e princípios. A proposta é fortalecer o público-alvo e prepará-lo para a construção de projetos de vida e para as escolhas do futuro, fazendo com que desenvolva o olhar crítico, a convivência em grupo e o relacionamento interpessoal. Além disso, a Acorde busca despertar seus beneficiados para preocupações com o coletivo, com a escola e com a sua comunidade.
RS – Quais atividades são realizadas atualmente e quantas pessoas estão envolvidas nessas ações?
JM – A Acorde está dividida em dois grandes segmentos. Um voltado para as crianças e jovens e que contempla os programas Recreação e Cativarte. Outro aberto para toda a comunidade, por meio de oficinas e eventos como bazares, festas e atividades culturais.
O Programa Recreação beneficia 90 crianças, de 6 a 8 anos, nos períodos da manhã e da tarde, de segunda a sexta. Ele tem por objetivo principal complementar o ensino formal, no contraturno escolar, por meio de cantigas e brincadeiras, como jogos cooperativos, propiciando a construção grupal de regras de convivência, desenvolvendo a sociabilidade e o respeito aos colegas.
O Programa Cativarte beneficia 125 crianças e jovens, de 9 a 17 anos, somente no período da tarde, de segunda a sexta. Ele tem por objetivo principal complementar o ensino formal, no contraturno escolar, por meio de diferentes oficinas culturais, com ênfase na descoberta vocacional. A cada ano, o integrante do Cativarte pode escolher uma ou mais oficinas dentre as disponíveis no semestre. Hoje, entre outros, são oferecidos: teatro, música (canto e violão), danças populares (capoeira e maculelê), esporte e dança.
Vale dizer que o Programa Recreação funciona como uma grande experimentação das diferentes oficinas que serão oferecidas aos educandos quando eles estiverem na idade de participar do Programa Cativarte. Desta forma, aos nove anos de idade, as crianças poderão fazer escolhas conscientes das atividades das quais desejam participar no Cativarte.
A proposta do segundo segmento é a Acorde ser um espaço cultural comunitário e de convivência, além de uma organização de atendimento. Assim, oferecemos oficinas abertas e eventos culturais quem visam ao resgate da convivência comunitária. Com isso, buscamos atender não apenas as crianças e jovens, mas as suas famílias. Atualmente biscuit, inglês, robótica, ginástica, vivências artísticas e mosaico, entre outras, são oferecidas, de forma gratuita. Por fim, acolhemos e fomentamos o Projeto Roda da Renda, de artesanato e geração de renda, também com envolvimento dos moradores.
Nos programas Cativarte e Recreação temos nove educadores, um coordenador pedagógico e uma assistente pedagógica. Para as ações voltadas à comunidade, temos uma coordenadora. A equipe é também formada por alguns voluntários. Contamos ainda com o apoio de quatro pessoas da equipe de limpeza e cozinha, duas da manutenção e seis do administrativo.
RS – A associação conta com parcerias? Qual o peso delas para manutenção das atividades ofertadas?
JM – Sim, contamos com parcerias. Mas é difícil para uma organização social qualificar as diferentes parcerias. Temos advocacia pro bono, apoio em materiais de limpeza e alimentação, internet grátis, descontos significativos na prestação de serviços de tecnologia, muitas formações de equipe feitas por voluntários, oficinas abertas para a comunidade, trabalho da oficina de comunicação, feita em parceria com um colégio em São Paulo(SP). Há também parcerias pontuais como, por exemplo, com um restaurante para um evento de captação. Todas elas são extremamente importantes para a Acorde, seja pela economia financeira, pela divulgação de nossa causa ou pelo simples prazer de poder acolher uma vontade de alguém em participar.
RS – Qual o balanço que pode ser apresentado?
JM – Resumindo muito, temos hoje uma prática social mais sólida. Somos mais conhecedores de nossas capacidades e dificuldades, bem como de nossos objetivos e das ferramentas que funcionam ou não para alcançá-los. Do ponto de vista de gestão, também avançamos muito, principalmente após termos nos empenhado em fazer planejamento estratégico com o Instituto Fonte, em 2010.
RS – Quantas pessoas são beneficiadas diretamente hoje?
JM – Atualmente beneficiamos 300 crianças e jovens, nos programas Cativarte e Recreação. E, como espaço cultural comunitário e de convivência, no primeiro trimestre de 2013, já passaram pela Acorde cerca de 400 pessoas.
RS – Fale dos desafios da instituição e de suas pretensões para o futuro.
JM – Desafios são sempre inúmeros. Ter sempre uma equipe de educadores bem formados e conscientes do trabalho da Acorde é essencial, agora e sempre. Isso é o que garante que possamos oferecer um atendimento de qualidade. Institucionalmente, um desafio é a comunicação do nosso trabalho e dos resultados e a mobilização de recursos para custeá-lo. Por fim, é sermos uma referência de espaço cultural e de convivência para a comunidade, um caminho que optamos por trilhar no fim de 2012.
Associação Acorde – Telefones: (11) 4704-2920 e (11) 4241-7485
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