
Kate Fletcher é consultora e responsável pelo curso de moda e sustentabilidade na London College of Fashion. Nos últimos anos, seu trabalho tem buscado conectar suas ideias na área de sustentabilidade com sua experiência no setor de moda. Em 2012, seu livro “Moda & Sustentabilidade: Design para mudança“, em parceria com a estilista e consultora Lynda Grose, foi lançado no Brasil pela Editora Senac. Na entrevista para o Costura Sustentável, Fletcher fala um pouco sobre sustentabilidade e seus dilemas atuais.
1) Qual é a sua definição de sustentabilidade?
Kate Fletcher – Uma moda que promove integridade ecológica e qualidade social através de produtos, prática de uso e relações. Uma visão mais autêntica, flexível e interligada da moda, das pessoas e do mundo. A moda que nos ajuda a participar, unir e entender melhor nós mesmos, os outros e o mundo. Uma moda que envolva o processo de florescimento da espécie humana e não humana.
2) Você acredita que a falta de uma definição mais objetiva sobre o conceito de sustentabilidade atrapalha a sua comunicação?
KF – Não concordo. Uma única definição é improvável que seja significativa para todos. O que precisamos são narrativas múltiplas que transmitam a natureza complexa e sem limites da sustentabilidade em uma série de maneiras diferentes.
3) E qual é o principal dilema da moda sustentável?
KF – O fato das pessoas concentrarem as questões apenas em torno de materiais e tecnologia. Estamos tratando principalmente de comportamento, relações e formas de pensar.
4) A indústria da moda está pronta para fazer mudanças no jeito de fazer negócios?
KF – Sim, precisa estar.
5) Você tem exemplos de práticas interessantes de empresas na Inglaterra ou em outros lugares que estão incorporando a sustentabilidade a seus negócios de moda de maneira inspiradora?
KF – No livro “Moda & Sustentabilidade”, escrito por mim e pela Lynda Grose, temos exemplos muito interessantes de trabalhos de empresas que estão usando essas ideias para inovar e mudar, em grande e pequena escala.
6) E a China? Será sempre um problema ou pode futuramente mudar seus padrões e vir a ser um exemplo para a indústria têxtil?
KF – Essa é uma questão interessante. A escala e o ritmo de mudança na China são tais que quaisquer efeitos, positivos ou negativos, tendem a ser muito impactantes.
7) Em seu livro você destacou a importância do papel do design na transformação dos processos atuais da indústria têxtil. Que tipo de profissional a moda sustentável precisa?
KF – Precisa de alguém preparado para pensar em formas alternativas – e não apenas dentro das restrições do status quo.
8) Você conhece as marcas de moda do Brasil? Acredita que estamos no caminho?
KF – O Brasil tem um interesse crescente na moda e na sustentabilidade. Aplaudo todos aqueles que trabalham para a integridade ecológica e justiça social. Bravo!
(Responsabilidade Social com informações do Costura Sustentável)
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