Relatório aponta que esse mercado atingiu recorde em 2011 num valor de US$ 237 milhões
A mais nova edição da pesquisa do Ecosystem Marketplace, “Leveraging the Landscape: State of the Forest Carbon Markets 2012” mostra que os preços dos créditos de carbono florestal dobraram em 2011. No ano passado, a modalidade registrou recorde no valor do mercado, alcançando a marca de US$ 237 milhões.
O valor dos preços dos créditos saltou de US$ 5,5t/CO2 para US$ 9,2t/CO2. De acordo com o estudo o crescimento pode ser explicado pelos aos altos preços pagos por atividades incentivadas pelas ações climáticas nacionais de países desenvolvidos e em desenvolvimento, visto que os créditos são geralmente usados para compensar as emissões de gases do efeito estufa tanto no mercado voluntário quanto compulsórios.
Além disso, o documento sugere que as instituições privadas que buscam compensar suas emissões continuam sendo a principal fonte de demanda nos mercados de carbono florestal. “Muitas companhias escolhem as compensações de carbono florestal porque os projetos são tangíveis e frequentemente apoiam os benefícios para além do sequestro de carbono, como a biodiversidade”, justificou Katherine Hamilton, diretora de gestão do Ecosystem Marketplace.
A alta também se reflete no grande aumento do número de governos que passaram a incluir as florestas em programas de redução de emissões nacionais ou regionais. O relatório revela, ainda, que há um aumento nas transações de créditos gerados a partir do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da Organização das Nações Unidas, o que reflete na crescente diversidade do mercado.
“No último ano, o valor de mercado foi impulsionado por um cenário diferente de atores, unindo fontes e projetos – principalmente em setores nos quais o preço do carbono é emergente em amplo sentido”, destacou Molly Peters-Stanley, gestora do Programa de Carbono do Ecosystem Marketplace.
O documento compila dados de 451 projetos individuais de carbono florestal e analisa as transações do mercado, que possui créditos gerados a partir de quatro tipos de projetos: Redução de Emissões do Desmatamento e Degradação ambiental (REDD), Aflorestamento/Reflorestamento (A/R), Melhoria do Manejo Florestal (IFM), e Uso Sustentável de Terras Agrícolas (SALM).
O relatório mostrou também que 18 milhões de hectares foram impactados pelo financiamento de carbono em 40 países. A maioria dos projetos ocorreu em terras privadas, mas há cada vez mais comunidades e pequenos proprietários de terras envolvidos.
O documento diz ainda que os projetos pesquisados reduziram entre 55 e 123 MtCO2e e sequestrarão ou evitarão outras 504 a 1073 MtCO2e entre agora e 2050. Para isso, os desenvolvedores de projetos estimam que estes exigirão entre US$ 2,2 bilhões e US$ 5,4 bilhões para dar apoio contínuo às atividades.
“Para lidar com os causadores do desmatamento, precisamos estabelecer formas inovadoras de permitir a conservação florestal. À medida que esse tipo de investimento ganha cada vez mais atenção, a transparência e o acesso à informação são essenciais para fortalecer a gama de interessados e facilitar investimentos efetivos na redução de gases do efeito estufa”, observou Michael Jenkins, presidente do Forest Trends.
Mas a pesquisa não traz apenas dados positivos. O estudo mostrou que os volumes de transação decaíram 22% com relação aos níveis de 2010, chegando a 26 MtCO2e em 2011.
Conforme as informações, o mercado para créditos gerados sob o mecanismo de REDD caiu fortemente devido à quantidade menor do que o esperado de projetos desenvolvidos e as adversidades políticas e econômicas enfrentadas. Para se ter uma ideia, os projetos de REDD, que antes representavam 69% da atividade do mercado de carbono florestal, caíram para 29% da atividade, sendo ultrapassados pelos projetos de A/R.
(Responsabilidade Social.com com informações do Instituto CarbonoBrasil)
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