
Estudo realizado pela CBIC aponta que 58% das empresas do segmento têm práticas de responsabilidade social, mas apenas 24% delas são estratégicas
Pesquisa divulgada nesta semana, na última terça-feira (17), apontou que o setor da construção civil mantém práticas de responsabilidade social. Encomendado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e realizado pelo Instituto FSB Pesquisa, o estudo inédito ouviu mais de 200 empresas do segmento em 12 Regiões Metropolitanas do país e constatou que 58% delas desenvolvem algum tipo de programa socioambiental.
A proposta do relatório foi identificar o nível de conhecimento das empresas da construção sobre conceitos de responsabilidade social e mapear as práticas realizadas. “As empresas da cadeia produtiva da construção estão hoje profundamente engajadas com a formalização da atividade. Isso passa pelo respeito à legislação trabalhista e – mais do que isso – pela melhoria da qualidade de vida e formação dos nossos trabalhadores”, avalia o presidente da CBIC, Paulo Simão.
De acordo com o estudo, ainda prevalecem no setor as ações pontuais, com o índice de 40% das práticas de responsabilidade social realizadas pelo segmento. Apenas 24% das instituições disseram manter ações estratégicas e 36% afirmaram manter ações regulares. “Ainda temos muito por avançar. Mas estamos convictos de esse é um excelente começo”, complementa Simão.
Vale destacar também que as ações de responsabilidade social estão contempladas no processo de planejamento e orçamento anual de 65% das empresas, e 64% das decisões mais importantes nessa área são tomadas pela presidência. “Os dados mostram a crescente importância e a valorização da responsabilidade social no setor da construção”, considera Rachel Mello, diretora do Instituto FSB Pesquisa.
As atividades estão principalmente ligadas ao meio ambiente (38%); seguida por saúde e geração de trabalho e renda (ambas com 35%); educação (33%); assistência social (31%); formação de jovens (28%); desenvolvimento comunitário (24%); esporte (21%); cultura e arte (19%); e defesa de direitos (17%).
A pesquisa detectou que 13% dos dirigentes entrevistados admitiram promover somente uma modalidade de ação de responsabilidade social, enquanto 36% assinalaram sete ou mais áreas. Também de acordo com o estudo, 59% das empresas estimulam seus colaboradores a realizarem trabalho voluntário e 42% avaliam regularmente suas práticas sociais.
As ações são direcionadas, principalmente, para público interno, uma força de trabalho que historicamente tem origem nos setores mais excluídos da sociedade. Cinquenta e um por cento das 117 empresas alegaram que os projetos são direcionados para funcionários e colaboradores e apenas 13% das atividades são voltadas para os consumidores.
A maioria das instituições também alegou que investirá mais recursos financeiros neste ano nas ações sociais. Cinquenta e cinco por cento garantiu que o volume ultrapassará ao repassado em 2010, ante 3% que destinará um montante inferior. Outros 27% disseram que investirão volume igual ao aportado no ano passado.
Gargalo
Segundo o estudo, a falta de recursos financeiros é a principal barreira para as ações sociais. Das 85 instituições que não desenvolvem programas socioambientais, 31% responderam que essa questão é a principal dificuldade. Outras 19% alegaram que falta informação e 21% responderam não ter foco em projetos.
A pesquisa teve como marco teórico a norma de certificação internacional ISO 26000 e foi realizada por cinco pesquisadores experientes por meio de entrevistas telefônicas entre janeiro e fevereiro deste ano. O estudo está disponível para download neste link.
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) – Telefone: (61) 3327.1013
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