Joséh Carlos Bonatto

ex-Secretário Estadual de Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, Niro Pieper

O ambientalista Joséh Carlos Bonatto planeja lançar durante a Semana Mundial do Meio Ambiental, comemorada nos primeiros dias de junho, o “Selo Verde”. A certificação atenderá inicialmente o Estado do Rio Grande do Sul e a proposta é gerar soluções limpas locais e ofertar uma contabilidade ambiental para as empresas gaúchas.

“Trata-se de uma maneira real das empresas declararem que estão desenvolvendo ações ecológicas e, a longo prazo, criar uma cultura ambientalista no setor privado”, destaca Bonatto que tem 28 de experiência no setor. As expectativas do ambientalista são gerar benefícios financeiros, ambientais e sociais.

De acordo com ele, o projeto será realizado no formato de rede social e contará com apoio da Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul (PUCRS), da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), entre outras instituições, que disponibilizarão, entre outros serviços, profissionais qualificados para realizar uma certificação com qualidade.

Para viabilizar a proposta, Bonatto informou que adquiriu cinco fazendas. A ideia é produzir carbono na forma de estoques em bioenergia (lenhas e florestas com manejos produtivos em ciclos), para assim oferecer ganhos reais aos participantes. “As fazendas são estratégicas para o sucesso material das ações, pois elas possibilitarão a auto-sustentabilidade institucional e operacional com a produção de soja e alimentos (commodities e exportações)”, destaca.

Bonatto pondera que o lançamento será em junho somente se todo o projeto for finalizado até lá. “Quando lançar, precisarei de um quadro funcional muito hábil e ágil, pois serão entre dez e 200 pedidos iniciais, e já para o segundo ano, a demanda passará para 1,2 mil a 3 mil. Dessa forma, meu desejo é cuidar bem dessa questão antes de criar expectativas e perder um campo de atividades que exige e impõem eficiência”, justifica o autor do livro “Bons Hábitos”, que virou campanha, apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Ainda para lançar o certificado na data prevista, Bonatto também destaca que será necessário atrair um número maior de parceiros e para tanto espera mobilizar empresas e pessoas físicas de todo país para apoiarem a causa. “Todos podem participar com doações mensais de valores entre R$ 20 e R$ 200, conforme o desejo”, diz.

Entretanto, Bonatto reconhece que são grandes os desafios para implementar essa nova empreitada, já que ainda falta no país um planejamento de investimentos no setor. “No Rio Grande do Sul os empresários afirmam ser necessário investir uns R$ 20 bilhões em infraestrutura, mas isso é para um Brasil cada vez mais insustentável”, critica. “Infelizmente temos 99,8% de pulsação pelo luxo, conforto e beleza, ou seja, sempre será impossível fazer o bom combate ao capitalismo”, completa.

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