Entidades de catadores do DF se preparam para programa inédito de coleta seletiva e solidária
Até o fim do ano, o Serviço de Limpeza Urbano (SLU) pretende implementar um programa inédito de Coleta Seletiva Solidária no Distrito Federal. A iniciativa irá agregar as cooperativas e associações formais de catadores de materiais recicláveis, e prevê a destinação de verba para melhorar a infraestrutura dos galpões de reciclagem e a condição de vida dos catadores, com a aquisição de veículos de coleta e designação de novas áreas para a atividade.
Atento às necessidades do setor de recicláveis, que hoje ainda vive em situação precária, o Sebrae no DF criou uma Força Tarefa envolvendo a Junta Comercial e a Secretaria da Receita Federal do Brasil no DF para adequar e regularizar toda a documentação exigida pelo SLU para o cadastro no programa de Coleta Seletiva. Ao todo, 28 associações e cooperativas de catadores da cidade foram orientadas e entregaram os documentos dentro do prazo.
A Associação de Recicláveis de Sobradinho, Ardif, foi uma delas. O presidente, Gilmar Clementino da Silva, conta que, dos 11 documentos exigidos, o grupo só possuía a Ata de fundação e o Estatuto, que ainda precisava de complementação. “Se não fosse o Sebrae, não teríamos conseguido entregar tudo em tempo para fazer o cadastro”, afirma. Segundo ele, os associados esperam melhorias com o novo programa. “Ainda falta muita estrutura para trabalharmos. Mas se antigamente éramos vistos apenas como lixeiros, agora temos a chance de participar de um projeto como esse”, afirma Gilmar, catador há 18 anos.
Para o gestor do projeto Arranjo Produtivo Local de Resíduos Sólidos do Sebrae no DF, Daniel Hudson, a inserção dos grupos no programa do SLU é essencial para que continuem a atividade. “Esta é uma oportunidade para geração de emprego e renda e para inclusão social dos catadores, que enfrentam dificuldades como a queda do valor dos materiais recicláveis no mercado após a crise econômica”, afirma.
De acordo com a Diretora do SLU, Fátima Có, o cadastro das cooperativas está em fase de análise e a previsão é de que, até maio, o processo de inclusão dos grupos seja concluído para dar início às ações do programa. “O Sebrae ensinou o ‘caminho das pedras’ às cooperativas, e se tornou um grande parceiro para capacitar os grupos e fazer com que passem a andar sozinhos, vencendo as dificuldades”, afirma.
Segundo o diretor do Sebrae no DF, José Carlos Moreira de Luca, o apoio aos grupos continua após o cadastro. O objetivo é aumentar a eficácia e a competitividade, para que se tornem auto-suficientes e economicamente viáveis. Entre as ações previstas, em parceria com a Organização das Cooperativas do DF (OCDF), está a implementação do programa de qualificação técnico-gerencial, por meio da educação continuada para melhorar a gestão dos negócios do setor. “O programa de capacitação em gestão para os dirigentes das cooperativas poderá promover um salto de qualidade na produtividade e na receita dos grupos”, afirma.
“Esse apoio é fundamental num processo de organização social de pessoas desprovidas de capacitação e visão empreendedora. Os catadores querem ser tratados e reconhecidos como cidadãos que cntribuem para a preservação ambiental”, destaca Roberto Marazi, presidente da OCDF.
Sebrae DF: www.df.sebrae.com.br
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