• Skip to primary navigation
  • Skip to main content
  • Skip to primary sidebar
  • O que é Responsabilidade Social?
    • Quem somos
  • Divulgue seu Projeto
  • Envie seu artigo
  • Anuncie
  • Contato

Responsabilidade Social

  • Entrevista
  • Noticias
  • Artigo
  • Charge
  • Oferta-de-trabalho
  • Perfil
  • Editorial
You are here: Home » Entrevista » Marcio Zeppelini

Marcio Zeppelini

July 6, 2020 by admin Leave a Comment

Marcio Zeppelini

Marcio Zeppelini

Em entrevista exclusiva ao Responsabilidade Social, Marcio Zeppelini, profissional com mais de 12 anos de atuação no Terceiro Setor, faz um retrato do segmento no país. Segundo ele, o crescimento exponencial do número de organizações não-governamentais nos últimos anos é reflexo da ineficiência do Estado. Ele também atesta que embora haja terreno fértil para o investimento privado no Brasil, as empresas que optam por investir nesse setor lamentavelmente não têm muita noção de como e onde o fazer. “Não existe um planejamento adequado, uma estratégia a ser seguida”, destaca.

O especialista também alerta que o impacto da crise internacional na área social ainda será sentido a partir de novembro deste ano, “aproximadamente, quando a maioria das empresas começa a elaborar sua planilha de custos para o próximo período”, avisa.

Zeppelini é graduado em Produção Editorial pela Universidade Anhembi Morumbi, atua como editor geral da Revista Filantropia é diretor executivo da Zeppelini Editorial e diretor da Diálogo Social Eventos para o Terceiro Setor. Ele também é consultor em comunicação e marketing para organizações não-governamentais. Confira a entrevista.

1) Responsabilidade Social – Estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre as fundações e associações brasileiras indicou a existência de 338 mil organizações no Brasil em 2005, um crescimento de aproximadamente 215% se comparado à primeira pesquisa, de 2002. Em sua avaliação, quais as principais causas para o crescimento espetacular do Terceiro Setor nas últimas décadas no país?
Marcio Zeppelini –
Ineficiência do trabalho do governo. Essa é, sem dúvida, a principal causa para o crescimento no número de organizações no Terceiro Setor. Por sentir que o Estado não é capaz – ou, pelo menos, não está sendo capaz naquele instante – de suprir a demanda em um determinado segmento, como saúde ou educação, a sociedade se sente no dever e na necessidade de agir em prol de uma causa, o que acaba contribuindo para o surgimento de novas fundações e associações e para o fortalecimento do Terceiro Setor.

2) RS – Esse aumento acompanhou o “boom” do marketing social?
MZ –
Na realidade, tanto o marketing relacionado à causas (marketing related causes) quanto o marketing social ganharam força juntos, com o crescimento e fortalecimento do Terceiro Setor e, também, a partir do momento em que as empresas passaram a investir em responsabilidade social.

3) RS – Como o senhor avalia o investimento social privado no Brasil? Há um ambiente favorável para esse tipo de investimento?
MZ –
A questão do investimento social privada ainda é muito vaga no Brasil. As empresas que optam por investir nesse segmento lamentavelmente não têm muita noção de como e onde o fazer. Não existe um planejamento adequado, uma estratégia a ser seguida. A Avon, para citar um exemplo, é uma das poucas empresas que tem uma política de responsabilidade social bem alinhada com seu ramo de atuação. Mas a grande maioria não tem um foco a seguir, um objetivo a alcançar.

Quanto ao ambiente, sem dúvida ele é favorável. Apesar da crise financeira mundial, a economia brasileira ainda é bastante forte e as empresas estão com um cenário bacana. Basta ter uma estratégica bem definida para o investimento ser bem feito e gerar frutos positivos mais adiante.

4) Há uma maneira correta de investir no segmento? Como profissionalizar o Terceiro Setor?
MZ –
Para se investir nesse segmento com segurança, é preciso que se tenha uma estratégia. Todos os passos do projeto ou programa que receberá o investimento devem ser minuciosamente estudados. Outro fator muito importante é visar um investimento que possa se auto-sustentar no futuro, sem que haja dependência da empresa investidora e, assim, fique à mercê do humor do mercado para ter ou não continuidade.

Para se ter um Terceiro Setor profissionalizado, é preciso que todo o trabalho seja bem feito. É preciso que a lei seja sempre seguida à risca; que haja uma contabilidade transparente; que as práticas administrativas sejam desenvolvidas com visão empresarial, com muito planejamento; e que haja prestação de conta constante aos doadores.

5) RS – O senhor pode citar quais são as maiores dificuldades encontradas pelas organizações não-governamentais na hora de gerir uma instituição atualmente?
MZ –
Captar recursos costuma ser uma das tarefas mais complicadas para uma organização não-governamental. Ninguém pretende investir seu dinheiro em um projeto que não esteja bem estruturado, com todas as etapas e objetivos claros. Se não existir um trabalho bem planejado, o projeto viverá sempre no sufoco, correndo o risco de vir a ser suspenso de uma hora para a outra por falta de verba para sua manutenção. Uma solução para evitar esse tipo de problema é investir em projetos de geração de renda. E volto a repetir: um projeto bem organizado e planejado.

6) RS – Quais as principais dicas para gerir uma entidade de maneira correta, ganhar dinheiro e ao mesmo tempo manter-se no ideal da ONG?
MZ –
Foco na missão social é imprescindível a qualquer organização que pretenda atuar nesse segmento. Uma boa dica para unir dinheiro e ideal, como mencionado anteriormente, é o desenvolvimento de projetos de geração de renda. Por meio da comercialização do trabalho realizado pela comunidade atendida, que pode ser a confecção de artesanato, por exemplo, a ONG vai obtendo dinheiro para a manutenção de seu(s) projeto(s) e, se possível, para a elaboração de novos projetos.

7) RS – No Brasil, há críticas às ONGs e à sua atuação. Em sua opinião, é justificável? Há, de fato, muita “pilontropia”?
MZ –
A maioria não é “pilantrópica”. O Terceiro Setor é formado, em sua grande maioria, por organizações seriamente comprometidas com os trabalhos que desenvolvem e com a comunidade onde atuam. A má fama lamentavelmente se deve às laranjas podres que existem nesse segmento. É um ou outro indivíduo agindo de má fé dentro dessas organizações que acabam fazendo com que todo o setor, extremamente importante ao país, acabe tendo sua imagem manchada. Mas isso acontece em qualquer outro segmento, seja em empresas, seja no governo. Não se pode generalizar, como muitos fazem.

8) RS – O que pode ser feito para o setor ser mais transparente?
MZ –
Prestação de contas constante. Esse é o primeiro e mais importante passo para manter a clareza nas relações nesse setor. Além disso, é essencial que haja uma comunicação constante com o público em geral e, principalmente, com os doadores/investidores, e bom relacionamento com os parceiros, tanto interno quanto externos. Outro item muito importante é mostrar aos investidores todos os acertos e êxitos obtidos pela organização, obviamente, e também todos os erros cometidos, de modo a não restar dúvidas a respeito de tudo o que vem sendo desenvolvido.

9) RS – A crise financeira mundial vai interferir na captação de recursos do Terceiro Setor no Brasil?
MZ –
Na verdade, já está interferindo. As indústrias precisam sobreviver à crise, fazendo de tudo para minimizar os impactos que ela pode vir a causar, e um meio de reduzir suas despesas é, primeiramente, eliminando custos com projetos sociais. Isso é inevitável, afinal, a manutenção de projetos sociais não é um item essencial à sobrevivência da empresa. Mas essa redução somente será sentida em longo prazo. Para 2009, certamente a situação continuará normalizada. Os impactos desses cortes poderão ser sentidos a partir de novembro, aproximadamente, quando a maioria das empresas começa a elaborar sua planilha de custos para o próximo período.

10) RS – Em sua avaliação, as empresas que têm gestão com base em modelo sustentável estão mais imunes nesse momento ou não há diferença?
MZ –
Se a empresa tem uma prática de responsabilidade social bem fundamentada, ela tem grandes possibilidades de não sentir o baque da mesma maneira que as demais empresas, mas dificilmente ela estará imune à crise e ao impacto da mesma sobre a economia da empresa.

11) RS – Como o senhor define o conceito de “responsabilidade social”?
MZ –
Costumo dizer que o conceito de responsabilidade social deve partir do individual para o coletivo. Por exemplo, um empresário dá um cheque com uma cifra impressionante para uma ONG, mas chega em casa chutando o cachorro e gritando com a empregada. Qual é a serventia daquele cheque dado minutos atrás? A ideia de responsabilidade social deve fazer parte do dia-a-dia de cada indivíduo, seja em seu ambiente de trabalho, na rua, em casa.


Marcio Zeppelini – Tel.: (11) 2783-9451

Também nessa Edição :
Perfil: Sérgio Mindlin
Artigo: Reciclagem, uma atitude para preservar a vida no futuro
Notícia: O que deu na mídia (edição 76)
Notícia: Terceiro setor profissionalizado
Notícia: Mulheres empreendedoras
Notícia: Força Tarefa
Oferta de Trabalho: Procura-se (06/2009)

Filed Under: Entrevista

Reader Interactions

Leave a Reply Cancel reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Primary Sidebar

Veja mais

Os Benefícios de Adotar um Animal de Estimação em Vez de Comprá-lo

March 20, 2024 Leave a Comment

A Importância das Redes Sociais para Prefeituras e Municípios no Brasil

February 2, 2024 Leave a Comment

Energia Solar: Transformando Luz em Sustentabilidade Ambiental

January 30, 2024 Leave a Comment

Recent Posts

  • Os Benefícios de Adotar um Animal de Estimação em Vez de Comprá-lo
  • A Importância das Redes Sociais para Prefeituras e Municípios no Brasil
  • Energia Solar: Transformando Luz em Sustentabilidade Ambiental
  • A Importância Da Doação De Sangue
  • Transformando o Mundo: Startups Sociais e Suas Inovações Locais

© Copyright 2002 - 2025 Responsabilidade Social — ISSN: 1677-4949. Website support service