Claudia Vega

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O projeto “Arte e Cidadania”, desenvolvido há três anos pelo Instituto de Investimento e Responsabilidade Social (Iris), entidade não-governamental instalada em Salvador, é o vencedor na categoria “Educação para a Cidadania e Inclusão Social” da última edição do TOP Social, premiação que reconhece organizações que executam programas e ações que incorporam o conceito de responsabilidade social na Bahia. A iniciativa também recebeu o prêmio destaque na mesma categoria.

Voltado para crianças de 7 a 14 anos, estudantes de escolas públicas situadas em área de baixo índice de desenvolvimento humano da capital baiana, o projeto tem como meta formar cidadãos a partir da arte-educação. Para tanto, oferta oficinas de artes visuais em sala de aula, encontros com produtores artísticos e visitas orientadas a espaços culturais.“A proposta surgiu para diminuir a fenda existente entre a arte e a educação percebida na rede de ensino. O projeto tem como princípio educar o olhar da criança para a estética, não só dos elementos artísticos, mas do cotidiano, estimulando a criatividade para outras atividades”, explica a coordenadora técnica dos Projetos de Arte-educação do instituto, Claudia Vega.

Ainda segundo ela, após a apreciação das imagens e da leitura das histórias biográficas, o aluno é incentivado a elaborar produções plásticas, em oficinas direcionadas ou livres. Também são realizadas visitas guiadas a museus, galerias, feiras de artesanato e outros espaços culturais. “É uma maneira agradável de desmistificar o papel puramente tecnicista e secundário da arte na educação pública hoje. A valorização e o resgate da cultura local, através do contato com artistas e sua produção artístico-artesanal, vale como instrumento de aproximação e conscientização sobre a importância da preservação da memória cultural”, completa.

Desde a sua criação, a iniciativa já beneficiou cerca de 600 crianças. Atualmente 210 estudantes de 1ª a 4ª série participam das atividades promovidas, apoiados por cinco profissionais, sendo duas arte-educadoras, uma pedagoga e duas na aérea de psicologia, além de seis professoras municipais. Os resultados são a diminuição da violência entre os alunos, comprovada por informações de livros de ocorrência das diretorias das instituições de ensino, o aumento da freqüência escolar, principalmente nos dias em que o projeto é desenvolvido, dado confirmado a partir dos diários de classe e a melhoria das competências e habilidades dos participantes em todas as áreas do conhecimento, verificado nas notas das avaliações. “Também foi registrada uma melhor interatividade dos alunos e a diminuição da evasão e repetência”, comemora Claudia Vega.

A médio e longo prazo, o resultado será a sustentabilidade significativa do projeto, gerada pelo aumento de renda, melhoria da condição de saúde e educação das famílias beneficiadas. “A comunidade se torna mais sustentável a partir do impacto social demonstrado pelo projeto com contribuições diretas nas futuras gerações”, avalia.

Para este ano, a meta é ampliar o atendimento para pelo menos mais uma sala de aula com 35 crianças, capacitar 100% dos professores responsáveis pelas turmas beneficiadas (seis turmas) e criar no mínimo 210 peças artísticas. “Também está nos planos publicar até dezembro a sistematização da metodologia, “contribuindo, assim, para que esse instrumento torne-se uma ferramenta para todos os educadores que desejem aplicar essas ações em sua sala de aula”, destaca.

A iniciativa conta com dois parceiros investidores. Tratam-se da Rique Empreendimentos e Participações Ltda. e a RABR Empreendimentos Ltda., que colaboram para o pagamento do material, do transporte e do pessoal envolvido na implementação das ações. Há, ainda, um parceiro apoiador – a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Salvador, que concede o espaço para a realização do projeto. “Os parceiros são peças fundamentais para a transformação social, pois sem a presença deles dificulta-se a concretização do ideal proposto”, completa a coordenadora.

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