
Integrantes da Clínica da Alegria em ação
Trupe responsável por levar brincadeiras a pacientes do Rio de Janeiro seleciona novos palhaços para alegrar a vida das pessoas em tratamento de saúde
A “Clínica da Alegria”, responsável por transformar quartos de hospitais, de asilos e de abrigos da Região metropolitana do Rio de Janeiro em picadeiro recrutou novos voluntários para participar das atividades da trupe. A seleção ocorreu nos dias 04 e 05, durante a terceira edição do Programa de Acolhimento Estudantil (PAE), da
Universidade Federal Fluminense (UFF).
Os interessados passarão por testes e um treinamento de dois meses, que envolve desde noções de teatro até técnicas de lavagem das mãos para evitar infecções durante o contato com os pacientes. “A idéia é que eles experimentem a sensação de levar alegria a quem precisa muitas vezes apenas de um sorriso para se recuperar ou acreditar na própria cura”, afirma Fernanda Magalhães Cabral, 25 anos, enfermeira, atriz e presidente do projeto.
Segundo ela, não basta ter aptidão para arrancar gargalhadas dos pacientes para ser um voluntário do riso. A rotina desse grupo de palhaço requer estrutura psicológica. “É preciso testar as emoções para aprender a lidar com o outro”, explica. Formada em Artes Cênicas, é ela quem ministra as aulas de técnicas de teatro para os novos integrantes. “Quem entra no projeto deve saber que vai doar mais do que receber, mas a nossa maior recompensa é o amor com que as pessoas nos recebem”, observa.
A trupe também oferece apoio psicológico aos voluntários, para ajudá-los a enfrentar a dura realidade do ambiente hospitalar. Esse atendimento é prestado pela psicóloga e também voluntária Ana Paula Lettieri. “Há casos em que um paciente vai a óbito enquanto estamos divertindo os colegas da enfermaria. E aí temos que manter o sorriso e a alegria para evitar que outros doentes sofram ainda mais”, explica a presidente do grupo.
Hoje, o grupo é formado por 15 pessoas, a maioria jovens estudantes ou profissionais recém-formados. Entre os voluntários que participam efetivamente das atividades, estão uma aluna de Enfermagem, uma estagiária e uma funcionária da Reitoria da UFF, todas selecionadas durante o PAE do ano passado. “Esse ano queremos inscrever pelo menos 30 candidatos a voluntários”, ressalta Fernanda Cabral.
Benditos palhaço
Além das visitas regulares durante o ano inteiro, o grupo promove também festas temáticas em datas especiais,
como Dia das Mães, dos Pais, das Crianças, Páscoa, Festas Juninas e Natal. Nessas ocasiões são distribuídos brinquedos, chocolates e outros presentes, todos doados por simpatizantes do projeto, criado em 2001.
A iniciativa é a principal atividade da Ação Beneficente Sorriso e Vida (ABSV), uma organização não-governamental com sede em Niterói. Somente no ano passado, o grupo atendeu cerca de seis mil pessoas em 16 instituições de saúde e assistenciais, além de comunidades carentes, nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo e São João de Meriti.
O projeto é resultado da vivência de uma verdadeira família de voluntários, formada pela auxiliar de enfermagem aposentada Maria de Fátima Magalhães, 51 anos, e seus filhos, Fernanda e Vinicius. A idéia de criar a clínica surgiu após assistir o filme “Patch Adams – O Amor é Contagioso”, que conta a história real de um paciente que se torna
médico de uma instituição para doentes mentais e utiliza métodos nada ortodoxos de tratamento. “Nossa proposta é levar uma mensagem de alegria, otimismo, esperança e carinho, que auxilie os doentes a lidar com sua própria dor”, explica Fátima Magalhães, também conhecida como ‘Amada’, forma carinhosa com que trata amigos, voluntários e assistidos.
A ONG funciona dentro da própria casa da família, um modesto apartamento no centro de Niterói, onde são realizadas as reuniões da “Clínica da Alegria” e que também serve de depósito para as doações.
Clínica da Alegria – E-mail: clinicadaalegria@gmail.com
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