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Evelyn Ioschpe

February 25, 2020 by admin Leave a Comment

Evelyn Ioschpe

Evelyn Ioschpe

“O marco legal do Terceiro Setor não é, ainda, favorável ao Investimento Social Privado no Brasil”. A dona dessa opinião, Evelyn Berg Ioschpe, sabe do que está falando. Socióloga e jornalista com formação também em Museum Education, ela é presidente da Fundação Iochpe e do Instituto Arte na Escola. Foi co-fundadora e presidente do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), tendo atuado nas áreas de pesquisa sociológica, imprensa e Terceiro Setor. Em entrevista exclusiva para o Responsabilidade Social.com, ela traça um lúcido cenário do investimento social no país. Confira abaixo:

1) Responsabilidade Social – A senhora participou do 5º Congresso Gife sobre Investimento Social realizado recentemente, como uma das debatedoras. Como a senhora avalia o investimento social privado no Brasil? Há ambiente favorável para esse investimento?
Evelyn Ioschpe –
O marco legal do Terceiro Setor não é, ainda, favorável ao Investimento Social Privado no Brasil. Assim como os investimentos em cultura cresceram exponencialmente com a Lei Rouanet, não existe legislação que cumpra papel indutor na área social, tão carente de investimentos. A única destinação de recursos que pode ser vista como abatimento para a empresa é a canalizada para o Fundo da Criança e do Adolescente, ainda difícil de operar. Isso significa, de outro lado, que o crescimento do Investimento Social Privado – definido pelo Gife como repasse voluntário de recursos privados de forma planejada, monitorada e sistemática, efetivamente ocorreu de maneira espontânea e não mascarada por vantagens fiscais. A decisão do empresário de investir na área social é hoje uma realidade que não permite recuos e que diz da conscientização do empresariado quanto ao seu papel no equacionamento das dificuldades do país. Para o bem e para o mal, saímos de um modelo estatal para outro com uma multiplicidade de atores, o que coloca novos desafios para a gestão do social.

2) RS – A senhora já trabalha com a área social há um tempo, sendo uma das co-fundadoras do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife) e é hoje presidente da Fundação Iochpe. Na sua percepção, o conceito de responsabilidade social mudou nos últimos anos?
EI –
Quando começamos a formatar o Gife no início dos anos 90 vivíamos um momento em que a cultura da “filantropia” de algumas empresas multinacionais se encontraram com o desenvolvimento de algumas poucas fundações empresariais brasileiras, gerando a reflexão sobre o que cada um daqueles termos significava. A filantropia era essencialmente assistencialista, caracterizando-se por ações de caridade e doação de recursos. Não havia tradição do envolvimento da força trabalhadora nesse movimento, que só veio a ocorrer mais tarde, quando se começou a divulgar a potencialidade do Voluntariado Corporativo. Creio ser esse um divisor de águas importante: a diferença entre tirar um pouco de dinheiro do bolso para dar e colocar os ativos mais preciosos da empresa à disposição do social. Nesse segundo momento, cujo início ocorre na metade da década, aproximadamente, há uma mudança de postura, pois a empresa como um todo passa a ser vista como ativo para intervenção no social. Agora vale frisar: não são todas as empresas, nem mesmo a maioria delas. Mas as empresas que no país indicam tendências aderem ao Investimento Social Privado, o que faz com que precisem entender melhor toda a sua Responsabilidade Social, inclusive a interna. Isto é, a praticada diretamente no relacionamento com seus colaboradores. Eu diria que a face mais óbvia dessa mudança é o crescimento do número de balanços sociais que vêm sendo publicados pelas empresas a cada ano.

3) RS – Como a senhora define o conceito de “responsabilidade social”?
EI –
Responsabilidade social é o “Dahr Sein” das empresas. De forma bem pragmática, podemos dizer que significa programas responsáveis de relacionamento com todos os “stakeholders” das empresas: funcionários, clientes e fornecedores. É o controle e monitoramento de seu impacto no meio-ambiente entendido aqui de forma abrangente: o ambiental, sim, mas também o social interno e externo. Não há sentido algum para uma empresa de cuidar do ambiente à sua volta se suas práticas de Recursos Humanos ainda não estão maduras. Nesse sentido, o Instituto Ethos criou Indicadores que ajudam sobremaneira as empresas a aferir o seu grau de responsabilidade social, na qual se inclui o Investimento Social Privado.

4) RS – O Gife divulgou recentemente que as empresas brasileiras gastaram R$ 1,5 bilhão no ano passado em projetos de investimento social privado, um crescimento de 15% em relação ao ano anterior. Na sua avaliação, o que contribuiu para o incremento das ações sociais no país?
EI –
Os números do Gife cresceram também porque cresceu sua base associativa, mas é inegável que há um aumento das ações sociais praticadas por empresas no último ano. Creio que a cada dia que passa as empresas – ou seja , os empresários e os trabalhadores – ganham consciência da responsabilidade para com a sua comunidade, sobretudo a imediata. Os números do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), que investiga uma base muito maior de empresas, são muito claros nesse sentido. Minha opinião sobre o que mais influiu nessa postura empresarial? O foco do governo Lula nas políticas compensatórias para erradicar a pobreza e o seu debate.

5) RS – Esse aumento acompanhou o “boom” do marketing social realizado no ano passado?
EI –
Sem dúvida. O crescimento do Investimento Social Privado ocorre par e passo com esse “boom” que vocês identificam no marketing social. Desde o início do movimento de organização das fundações essa tendência era vista como uma ameaça, pois ela é um modismo de marketing, utiliza recursos escassos para o objetivo fim investindo maciçamente na atividade meio (a divulgação) e por que desvirtua a essência da natureza do Investimento Social Privado. Quando praticada de forma ética pode ser, sim, indutora de procedimentos construtivos. Na maioria das vezes, no entanto, o objetivo da ação está no marketing e não nos objetivos sociais. As empresas deveriam tomar muito cuidado quando decidem por esse marketing, pois ele é facilmente contraproducente.

6) RS – Embora o investimento social no Brasil tenha apresentado crescimento, nós ainda estamos distantes da realidade de países como os Estados Unidos, onde as maiores empresas e fundações investiram US$ 10,2 bilhões em causas sociais no ano de 2006. Como a senhora explica essa grande diferença?
EI –
Quando nós comparamos a realidade de fundações brasileiras e americanas, precisamos fazer a distinção entre fundações privadas ou familiares e fundações empresariais. O volume de doações privadas nos Estados Unidos é que é muito expressivo, enquanto que no Brasil temos proporcionalmente a nosso PIB um alto investimento social empresarial. Da última vez que fiz as contas, era inclusive maior que o americano – considerando o PIB de ambos países.

7) RS – Quais são os fatores que influenciam o investimento social em um país?
EI –
Creio que o que define o perfil do Investimento Social Privado (ISP) num país são as pulsões sociais, mas também a cultura organizacional de cada nação. Assim é na Europa, por exemplo, onde as políticas de bem-estar social geraram um nível diferenciado de vida, vemos que também as fundações tendem a ser públicas em larga medida. Nos Estados Unidos, onde o modelo capitalista repousa no indivíduo, a origem das doações é majoritariamente individual. No Brasil não temos qualquer tradição cultural ou política de indução a essa prática individual. As empresas, por sua vez, sofrem na carne as conseqüências do atraso no desenvolvimento dos indicadores educacionais e sociais e resolveram agir com as suas próprias mãos para poderem manter-se competitivas num ambiente mercantil globalizado. Agora é preciso analisar com cuidado tudo o que esse ISP inclui, inclusive verbas governamentais, para compreender o fenômeno em sua totalidade.

8) RS – Há diferença entre filantropia e investimento social? Explique.
EI –
A filantropia é assistencialista e se encerra na assinatura do cheque. O Investimento Social Privado, como o próprio nome diz, pressupõe um investimento e, portanto medidas de monitoramento, busca de resultados, mensuração de impacto.

9) RS – Como é pautado o trabalho da Fundação Iochpe, quais são os principais projetos desenvolvidos hoje e quais as metas para este ano?
EI –
A Fundação Iochpe tem como foco a Educação, sendo que nossos dois principais programas são o Formare e o Arte na Escola, um voltado para o ensino técnico profissional realizado em empresas e o outro para a melhoria do ensino de arte do ensino público. No Formare atendemos anualmente, de forma direta, 1.500 jovens em 75 escolas que estão estudando dentro de fábricas em vários estados da federação. No Arte na Escola trabalhamos através da Rede Arte na Escola, composta de universidades em praticamente todos os estados da federação atendendo presencialmente 13.000 professores.


Fundação Iochpe – Telefone: (11) 3103-8088

Também nessa Edição :
Perfil: Tia Dulce
Artigo: Os Desafios do Gerenciamento de Ações de Marketing Social (2008/04)
Notícia: O que deu na mídia (edição 52)
Notícia: Óleo do bem
Notícia: Votorantim social
Notícia: Química da cidadania
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Filed Under: Entrevista

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