
Demolição de prédio abandonado em Brasília
Restos de uma construção implodida em Brasília serão utilizados na pavimentação de rodovias de áreas pobres do DF e em diversas ações de reciclagem
O entulho resultante da implosão do esqueleto de um shopping center inacabado em Brasília será aproveitado em futuras obras na cidade. Todo o aço da estrutura do prédio será reciclado e grande parte do concreto será reutilizado na pavimentação de rodovias de cidades-satélites do Distrito Federal (DF), como Vicente Pires, Ceilândia e na Vila Estrutural.
Trata-se de uma iniciativa inédita no país, em que antes de demolição o destino correto dos materiais já foi pensado. “Somos a única empresa que trabalha com o processo de implosão, limpeza e reciclagem”, garante o engenheiro civil da Caenge Ambiental, Lúcio Christiansen. Segundo ele a implosão gerou aproximadamente 15 mil toneladas de entulho e a expectativa é aproveitar todo o montante. “O ideal é reciclar todo o material, mas antes será feita uma avaliação para checar a qualidade do concreto”, explicou o engenheiro. O resíduo do material não aproveitado será depositado no aterro sanitário.
Segundo a diretora do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) do DF, Fátima Có, o uso correto desses materiais é um avanço e trará ganhos na área ambiental e social. “Por se tratar de economia de recursos naturais, e tendo em vista que a indústria da construção causa impactos no meio ambiente ao longo de toda a sua cadeia produtiva, a reciclagem do material reintroduz nessa cadeia os resíduos gerados por ela mesma. Ainda somam-se às vantagens o ganho social, quando se abre uma nova opção de geração de emprego e renda para a população excluída dos mercados formais de trabalho”, destaca.
Embora a Caenge seja a única empresa que trabalha com processo de implosão, limpeza e reciclagem, no DF outras obras já foram realizadas utilizando material resultante de implosões. Os restos do antigo prédio projetado para a loja de departamento Bi Ba Bô, deram cara nova para a Vila Estrutural. O entulho do prédio implodido em fevereiro desse ano foi utilizado na pavimentação das principais ruas da cidade. “O SLU irá incentivar projetos que visem à obtenção de agregado reciclado para obras civis, como por exemplo, a pavimentação. Esta é uma alternativa de transformar o lixo em ativo financeiro”, destaca Fátima Có. A ação beneficiou cerca de 35 mil pessoas, permitindo o tráfego de transporte coletivo dentro da cidade.
Pelos ares
Esse ano já foram realizadas três implosões de obras inacabadas e consideradas irregulares pelo Governo do Distrito Federal (GDF). A demolição do prédio da Bi Ba Bô deixou 10 mil toneladas de entulho e custou cerca de R$ 500 mil. Já a do shopping center, custou R$ 350 mil e foi paga pelo Consórcio LPS, proprietário da área. Segundo dados do SLU, em Brasília, de 40 a 70% da massa de resíduos urbanos são gerados pelos processos construtivos. “Os impactos negativos causados por esse volume e sua disposição irregular fazem destes resíduos um dos problemas mais graves enfrentados pelo DF”, alerta Fátima.
Segundo o engenheiro da Caenge o destino para os restos do shooping center ainda não foi definido e o material será usado segundo a demanda. O SLU também ainda não tem detalhes de onde será usado o entulho, mas garante que o material será bem utilizado. “Com o incentivo à reciclagem, os resíduos antes pouco visados, podem ser potencializados com a utilização em obras públicas, trazendo maior qualidade, pois pesquisas indicam que o material reciclado possui maior resistência que o cascalho, e minimiza os impactos ambientais causados pela cadeia produtiva da indústria”, completa Fátima Có.
No terreno de 80 mil metros ocupado pelo antigo shopping será construído um novo centro comercial. O consórcio LPS, proprietário da área, tem 36 meses para entregar o novo prédio. A Caenge Ambiental deve retirar o material da área nos próximos 60 dias.
Caenge Ambiental – Tel.: (61) 3410-0000 e Serviço de Limpeza Urbana – Tel.: (61) 3213-0111/ 3213-0112
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