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Trabalho educacional realizado pela Universidade Católica de Brasília fomenta desenvolvimento social de comunidades do Distrito Federal
O Programa Ação Comunitária, desenvolvido pela Universidade Católica de Brasília (UCB), chega ao seu 14º ano com um saldo positivo de conquistas. Iniciado em 1993, com aulas de alfabetização para adultos, hoje a instituição desenvolve três projetos distintos, mas interligados por um condutor comum: formar cidadãos por meio da educação. Atualmente, o trabalho da UCB abrange ações que vão desde ensinar a ler e escrever, até apoiar projetos de geração de renda. O objetivo da instituição é fomentar a sustentabilidade comunitária.
Somente com o Alfabetização Solidária, realizado em parceria com a ONG Associação de Apoio ao Programa Alfabetização Solidária (AAPAS), a instituição já beneficiou mais de 30 mil pessoas. No começo, as aulas eram ministradas apenas no Distrito Federal (DF). Mas, desde 1997, o projeto mantém turmas em municípios da região Nordeste e em Goiás. Em Itapororoca, cidade localizada no sertão da Paraíba, a iniciativa conseguiu reduzir de 67% para 12% o índice de analfabetismo. Hoje, a instituição tem, ao todo, 68 turmas, sendo 30 em Alagoas, oito em Goiás e outras 30 no DF, com um número total de 1.469 alunos matriculados.
“Mas a proposta não é alfabetizar por alfabetizar”, garante o coordenador do projeto, Pedro Contijo. “Essas pessoas começam na alfabetização e por se alfabetizarem elas se emancipam como sujeitos sociais”. Seguindo essa proposta, em 2002, a instituição expandiu o campo de atuação e começou a desenvolver também o Projeto Comunidade Educativa, em paralelo com o pré-vestibular. A proposta é realizar atividades voltadas para a melhoria da qualidade de vida local e que garantam a sustentabilidade dessas comunidades, além de oferecer gratuitamente curso preparatório para o ingresso no ensino superior.
Pelo Comunidade Educativa, a instituição desenvolve ações nas comunidades do Riacho Fundo II, Areal, Recanto das Emas e Samambaia. As atividades realizadas são diversas e dependem da realidade local. “Nós não chegamos com um projeto fechado e não consideramos que a comunidade é desprovida de saberes. É uma troca constante do aprender e do ensinar”, explica Contijo.
Os trabalhos vão desde identificação de líderes comunitários até a realização de feiras artesanais. Em todos eles, a instituição oferece apoio para elaboração dos projetos, acompanha a organização de grupos, sejam em forma de cooperativas ou associações, e articula parceria com outras instituições como Sebrae, Economia Solidária e o Senac.
É o caso da Associação de Mulheres Empreendedoras (AME) do Riacho Fundo II. O grupo existe há quase dois anos e desenvolve trabalhos diversificados voltados para geração de renda, nas áreas de culinária e artesanato e, em breve, também com produtos químicos. “Nós apresentamos a demanda e uma aluna do curso de Química da Católica se prontificou a realizar oficinas para ensinar a produzir água sanitária, detergentes e desinfetantes”, conta a professora e integrante do grupo, Joana D’Arc dos Santos Lima.
“Por meio dessa troca de experiências a comunidade cresce. Com essa proposta de Comunidade Educativa, as pessoas estão superando o assistencialismo. Antes a preocupação era a data do recebimento da cesta-básica. Hoje isso não existe mais”, comemora o coordenador.
Pela parceria da instituição, jovens também do Riacho Fundo II, deram início em 2002 ao projeto de Cultura e Imagem. Hoje o grupo, formado por 15 pessoas além de realizar oficinas de vídeo, já tem na biografia 11 documentários produzidos, sendo o Cidades dos Cavalos, indicado para participar do Festival de Cinema de Brasília em 2002. “Nossa principal preocupação não é a premiação. Nosso objetivo é discutir dentro da comunidade a democratização da informação”, aponta Michel Pinho de Araújo, que participa do grupo desde o começo. Assim, além de manter encontros semanais para discussão teórica em espaços como cines-clubes, os jovens também exibem toda a produção para comunidade numa iniciativa chamada TV Rua.
Nessas quatro comunidades, a Católica oferece, ainda, aulas gratuitas para quem almeja chegar à sala de uma faculdade. Durante cinco meses, seguindo o programa do ensino médio, a instituição realiza um curso intensivo de pré-vestibular. Em três anos, a iniciativa beneficiou 8.289 alunos, com uma média de aprovação de 55%. “O importante do projeto é continuar contribuindo para manter elevada a auto-estima desses jovens”, argumenta Contijo.
Expansão
A partir de janeiro do próximo ano, a Católica irá também atender cidades do Entorno do DF. Parceria firmada com a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Massachusetts Techonology e a Fundação Bradesco irá colocar em prática projetos de tecnologias sociais. “O objetivo é encontrar tecnologias dentro da Universidade que respondam aos problemas sociais em áreas diversas, desde geração de renda até saneamento”, conta Contijo.
Universidade Católica de Brasília – Telefone: (61) 3356-9000.
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