Será que a máxima “falar é fácil” se aplica quando o assunto é sexo? E se for com crianças? Piora? Para o sexólogo carioca Marcos Ribeiro, falar de sexo ainda é difícil sim, mas não deveria ser. Para auxiliar os pais e professores na complicada tarefa de falar sobre o assunto com a garotada, o consultor do Programa Nacional DST/AIDS do Ministério da Saúde e da Fundação Roberto Marinho e Coordenador Geral do Centro de Orientação e Educação (CORES), uma ONG localizada no Rio de Janeiro, lançou, no ano passado, a obra “Sexo não é bicho-papão!” – um livro-guia que consegue, com ilustrações e uma linguagem leve, abordar o tema com naturalidade.
Na publicação, Marcos Ribeiro valoriza o diálogo e incorpora temas importantes para o desenvolvimento integral da criança, como o respeito às diferenças, inclusão social, entre outros. O livro acompanha um CD com divertidas canções que complementam, de forma lúdica e pedagógica, todo o conteúdo. O material traz ainda, um guia para professores.
Com mais de 10 anos de experiência implantando projetos em escolas de todo o país, Marcos é considerado hoje referência nacional na área de educação preventiva. O sexólogo começou o trabalho com jovens, mas percebeu que o assunto deve ser discutido muito antes. “Quando chega à adolescência o desejo já está presente. Assim a educação precisa começar ainda na infância”, explica. Para ele não há uma idade certa para falar sobre o assunto. “A idade ideal é quando surge a primeira pergunta. E a criança não pode ficar sem resposta. Quando você responde, você traduz que o sexo é um assunto normal dentro da casa e que há abertura para o diálogo”, destaca.
E mais. Nada de respostas fantasiosas. A história da cegonha e da sementinha não é a melhor maneira de explicar para a criança sua origem. “A gente não usa nenhuma historinha para falar de qualquer outra função ou parte do corpo. Por que o nariz não tem apelido e o pênis tem?”, argumenta. Segundo ele, a resposta deve ser adaptada para o universo infantil, “mas é importante usar os nomes corretos dos órgãos genitais”, orienta.
É com autoridade que Marcos dá essas dicas. Autor de outros cinco livros, com mais de 170 mil exemplares vendidos e co-autor de outros três, o sexólogo já teve um livro adaptado para o teatro e outro transformado em vídeo em Cabo Verde, país africano. Pela publicação Menino brinca de boneca? que vendeu mais de 70 mil exemplares, Marcos recebeu o prêmio Monteiro Lobato da Academia Brasileira de Letras como o melhor livro do Ano em 1991 (o único livro sobre sexualidade premiado até hoje na Academia).
Ele participa ainda, de educação à distância via Canal de TV, elabora material educativo para crianças na faixa etária de quatro anos e, ainda, faz consultoria para o quadro Sexo, levado ao ar pelo programa Caras e Coras, da TV Educativa voltado para a turma da terceira idade.
Questionado sobre como encontra tempo para fazer tanta coisa, ele responde. “O tempo se arruma principalmente pelo prazer do trabalho e pela realidade e necessidade de se discutir o assunto”. Segundo ele, sexo ainda é tabu, tratado com preconceito e na brincadeira e a melhor forma de mudar isso é trazer a discussão para dentro de casa e para a escola.
O trabalho pautado no compromisso, rendeu ao profissional autoridade sobre o tema, para hoje somar no currículo mais de 250 palestras ministradas em todas as capitais brasileiras, apresentação de mais de 600 programas de rádio, colunistas com mais de 200 textos assinados em jornais, revistas e sites e 28 artigos científicos publicados. “Não falo de sexo pelo sexo. Eu entro na situação. Tenho um compromisso social e político, com o assunto”, completa.
Marcos ganhou ainda outros três prêmios e homenagens, entre eles o Prêmio Qualidade Brasil: Alto Reconhecimento de qualidade obtido mediante opinião pública (1991), pelo International Exporter´s Service e Menção Especial pelo apoio às iniciativas em prol da Criança e do Adolescente (2002) pela Prefeitura de Mangaratiba, Rio de Janeiro.
Marcos Ribeiro – Telefone: (21) 2595-3614
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