A Futorong, organização do terceiro setor que busca inserir jovens e adultos de baixa renda de São Paulo no mercado de trabalho tem muitos motivos para comemorar. Com ações que vão desde atividades lúdicas a oficinas profissionalizantes, a instituição ampliou nos últimos cinco anos o número de pessoas beneficiadas todo mês em 1.610% – um salto de 130 atendimentos em 2003 para 2.400 em 2008.
Para o co-idealizador e diretor da instituição que atua em cinco comunidades na capital paulista, Lucas Duarte, esses números refletem diretamente no social. “Houve diminuição dos índices de violência, colocação de jovens e adultos no mercado de trabalho, redução da evasão escolar, ou seja, houve melhoria da qualidade de vida, com significativo resgate da auto-estima e integração das comunidades envolvidas”, destaca.
Criada em 2002, a organização oferece cursos de alfabetização de adultos, de geração de renda, de informática, inglês, reforço escolar, entre outras atividades culturais, como aulas de música, dança e teatro. São realizados também dois projetos para auto-sustentação da entidade: um de produção e comercialização de doces e outro de reciclagem.
“Antes da atuação da ONG, as comunidades tinham a violência natural de uma periferia de grande cidade. Não conviviam entre si, tinham grande número de violência familiar, eram raras as oportunidades positivas apresentadas aos jovens, que tinham baixo nível educacional e cultural. Hoje, após cinco anos, é nítida a diferença. Passamos a dar oportunidade de escolha a quem não tinha e é constatado que quando damos chance, a grande maioria a abraça”, conta.
Para o advogado de 32 anos, cinco deles dedicado ao social, o empenho nesse projeto trouxe realizações que ultrapassam o plano profissional. “É também uma satisfação pessoal saber que estou trabalhando para o bem coletivo”, diz. Após anos atuando na área jurídica, ele resolveu largar o mestrado e o escritório em que era sócio para, junto com o padre José Lado Teixeira, criar a Futorong. “Após a leitura de um livro de Santo Agostinho vi que fazia muito pouco e passei a sentir a necessidade de fazer mais”, lembra.
O bom desempenho da instituição já rendeu a ela um selo internacional. Em 2007, organização foi certificada pela Société Générale de Surveillance (SGS), empresa suíça e líder global em certificações, com o NGO Benchmarking. O selo, criado para alinhar ONGs às boas práticas mundiais de governança, foi o primeiro concedido a uma organização do terceiro setor da América do Sul.
A Futurong conta com a parceria do Sesi, Senai, Sebrae, Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee), entre outros, e na avaliação de Lucas Duarte, cada um deles tem sua importância. “Alguns auxiliam financeiramente, outros tecnicamente e outros dão a oportunidade para a instituição mostrar o seu trabalho”, diz.
Para este ano, a meta é ampliar os atendimentos, aumentar o número de comunidades beneficiadas, além de intensificar a colocação de jovens e adultos no mercado de trabalho. “Pretendemos também formar uma orquestra, aperfeiçoar as atividades já oferecidas e aprovar a construção do centro educacional e esportivo da Futurong, que terá capacidade para atender 15.000 pessoas por dia”, antecipa.
Futurong – Tel.: (11) 5526-3355 – Site: www.futurong.org.br
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