Única repórter do mundo com de síndrome de down, Fernanda Honorato impressiona pela dedicação e inteligência
“Eu não fiz ensino superior. Entrei no mercado de trabalho por minha determinação, força de vontade, e, claro, minha garra”. É esse o resumo de vida de Fernanda Honorato, a primeira e única repórter do mundo com síndrome de down. Há três anos atuando na área de comunicação, ela integra o grupo dos 537 mil trabalhadores formais com deficiência no país – número ainda muito abaixo do esperado.
Num ambiente profissional altamente competitivo, a repórter de 29 anos impressiona pela perspicácia e empenho. Ela trabalha na TV Brasil desde 2006 e coleciona a participação em diversas palestras e eventos. “Acho bacana o trabalho que ela desenvolve e percebo o quanto isso é importante para a vida dela”, destaca a jornalista Leilane Neubarth, entrevistada pela repórter especial no CasaCor Rio, mostra que ocorre na capital fluminense até a primeira quinzena de outubro.
Atualmente, Honorato também integra a equipe de comunicação da Decorarte Arquitetura. Para recebê-la, não foi preciso fazer adequações físicas, mas houve uma preparação do restante do quadro sobre as necessidades dela. “A Fernanda é uma menina super especial e de uma inteligência ímpar. Ela é um exemplo de vida para muitas pessoas e só é especial na aparência. É mais dinâmica e responsável do que muitos profissionais que já conheci”, pontua Fernanda Mancini, arquiteta e proprietária da empresa.
Para a repórter especial, oportunidades de emprego é um caminho eficaz para a inclusão social das pessoas com deficiência. Segundo ela, o mercado brasileiro ainda não está preparado para receber esses cidadãos, mas já possível perceber mudanças positivas no país. “Em relação a quando eu nasci, melhorou muito e a melhor coisa a ser feita é dar oportunidades para as pessoas com necessidades especiais. A Lei de Cotas pode ajudar bastante, mas temos que ter oportunidades”, defende.
Ainda segundo ela, é importante as empresas terem ciência da importância de ofertar ambientes adequados para cada tipo de deficiência e que cada um, deve ser respeitado na sua função. “Nossa geração tem lutado muito pela inclusão. Acho que no futuro será bem melhor e a dica para uma sociedade inclusiva é o respeito com as pessoas especiais”, conclui.
Não é por acaso, que Mancini trabalha em prol da inclusão social dos cidadãos especiais. Com três pessoas com deficiência na família (irmã e dois sobrinhos, esses com síndrome de down), a arquiteta já sentiu o preconceito de perto. “Até deixamos de levar essas crianças a determinados eventos, para que elas não sentissem essa discriminação. Hoje sou completamente a favor de empresas contratarem pessoas especiais e das escolas aceitarem crianças especiais para conviverem com crianças “normais”. Uma oportunidade para eles, não se compara a oportunidade para os demais”, diz.
A gestão da Decorarte Arquitetura está apoiada no tripé dos três “Rs” – reduzir, reaproveitar e reciclar. A empresa sugere nos projetos o uso de materiais ecologicamente corretos e só trabalha com fornecedores com certificação na área sustentável. Também apoia ONGs que atuam em prol da proteção do meio ambiente.
Fernanda Honorato – Tel.: (21) 9344-5882 – E-mail: martharusso@msn.com
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