Empresários, governo e sociedade civil de bairro industrial do DF somam forças em busca de condições ambientais e sociais mais favoráveis

Sob a bandeira da sustentabilidade, a iniciativa privada, entidades e a esfera pública do Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), bairro industrial do Distrito Federal, elaboraram um plano integrado com ações voltadas para a preservação ambiental e para inclusão social de catadores de resíduos sólidos e de presidiários. Batizada de ‘Programa SIA Socioambiental’, a iniciativa trabalhará em duas frentes e mobilizará empresários do setor que possui cinco mil empresas industriais, comerciais e de serviço, que empregam juntas 80 mil pessoas e respondem por 51% do Produto Interno Bruto do DF.

Segundo o administrador do SIA, Miguel Lunardi, a iniciativa surgiu a partir da preocupação de minimizar os impactos ambientais e sociais que a cada dia contribuem para o aumento da criminalidade e a diminuição da qualidade de vida da população da Capital. “Assim, convidamos entidades que realizam ações de responsabilidade social e ambiental, para, juntos, desenvolvermos um programa que beneficiará não só o meio ambiente, como também os catadores de lixo, os presidiários e os que trabalham e circulam no SIA”,destaca.

Dentro do programa dois projetos serão desenvolvidos. O primeiro é o “Coopativa: de Catadores a Empreendedores”. Ele envolverá catadores de resíduos sólidos da Cooperativa Popular de Coleta Seletiva de Produtos Recicláveis com Formação e Educação Ambiental (Coopativa), localizada no setor, que farão destinação correta dos resíduos sólidos recicláveis gerados pelas empresas instaladas na região. A ação diminuirá o acúmulo de lixos nos aterros e reduzirá a extração de recursos naturais não-renováveis.

“A ideia é que, além de contribuir para preservação do meio ambiente, o resultado seja o fortalecimento da cooperativa de catadores. Queremos dotá-la de infra-estrutura, como máquinas, equipamentos e capacitação, para que possam desenvolver atividades produtivas com dignidade e lucratividade”, explica o presidente da Associação das Empresas Coletoras de Resíduos e Similares do DF (Ascoles) e do Arranjo Produtivo Local (APL) de Resíduos Sólidos do DF, Paulo Roberto Gonçalves.

O segundo é o “Jardineiros do Cerrado: Guardiões do Parque Ecológico Ezechias Heringer”, conhecido como Parque do Guará. O projeto será desenvolvido por presidiários que cumprem pena em regime semiaberto no Centro de Progressão Penitenciária (CPP), também situado no SAI. Cerca de 30 detentos serão capacitados para fazer a revitalização e preservação do parque de 310 hectares. “Começamos com um grupo pequeno e a importância do programa está evidenciada na receptividade dos parceiros que foram aderindo à proposta. Hoje, somos uma grande força”, pontua José Carlos Moreira De Luca, diretor do Sebrae, parceiro do projeto

Idealizado pela Administração do SIA, o programa foi estruturado pela Ascoles, pela Cooperativa Ambiental dos Coletores e Recicladores de Resíduos Sólidos do DF (Coopercoleta Ambiental) e será supervisionado por um grupo de governança constituído por representantes das entidades parcerias.

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