Com o intuito de restaurar áreas que foram degradadas por ocupação ilegal iniciativa irá realocar mais de 6 mil famílias
Projeto apoiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Estado de São Paulo poderá proteger o que resta da Mata Atlântica e, ao mesmo tempo, garantir melhor condição de vida para as comunidades locais. O aporte da instituição e do governo local é da ordem de US$ 470 milhões e um dos pontos principais da iniciativa é transferir moradores que vivem em encostas de alto risco na Serra do Mar para áreas mais seguras.
Até o momento 800 famílias foram realocadas e de acordo com a coordenadora da ação pelo BID, Helena Piaggesi, o bom resultado é fruto de um trabalho cooperativo. “Nós trabalhamos com o governo estadual para desenvolver uma metodologia que permitisse às comunidades locais participar do processo de tomada de decisões sobre os tipos de moradia e opções de realocação”, explica.
Para tanto, o projeto lançou um programa de participação comunitária, baseado em consultas públicas com a população. “Graças a isso, as famílias compreenderam os benefícios do projeto e participaram de todo o processo de decisão, pavimentando o caminho para um reassentamento voluntário”, completou.
A meta é transferir mais seis mil famílias e melhorar as condições de moradia de outras 2,4 mil que vivem no Parque Estadual da Serra do Mar, maior trecho contínuo de Mata Atlântica protegida no Brasil, localizado no município de Cubatão. O parque é uma das três áreas que serão beneficiadas pelo investimento.
“No começo, as pessoas não entendiam o que o projeto estava tentando alcançar. Houve um pouco de resistência. Mas, com o tempo, elas perceberam que, mesmo que nunca tivessem sofrido com deslizamentos de terra, estavam em uma área em que isso poderia acontecer”, pontua o assistente de enfermagem de 50 anos, Josevaldo Barbosa de Moraes, um dos 211 representantes eleitos pelas próprias comunidades para participar das discussões.
Outra frente de atuação é a capacitação profissional. O projeto abriu sete espaços de trabalho social, que oferecem aulas de arte e artesanato, construção civil, entre outros ofícios. O banco também está ajudando a financiar a capacitação de membros da comunidade para trabalhar com jardinagem e viveiros de plantas e implantando um projeto de viveiros em escolas que contribuirá com mudas para as atividades de reflorestamento do programa.
Para as famílias que já foram transferidas, a iniciativa oferece outros serviços sociais, que visam, por exemplo, integrá-las à nova área. Tratam-se de orientações de como organizar e administrar os condomínios e pagar despesas comuns, como eletricidade, limpeza e segurança.
“O plano inclui ainda um programa de solução de conflitos, que ajuda as famílias que vivem juntas a resolver problemas que surjam entre os vizinhos antes que eles se desenvolvam em crises mais sérias”, disse Jonathan Renshaw, o antropólogo da equipe do projeto.
BID – Site: www.iadb.org
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