Documento servirá de base para os governos implementarem políticas de redução de impactos ao meio ambiente
Cientistas e representantes de governos de 195 países se reúnem desde a última segunda-feira (23), para o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas (ONU). Os participantes vão trabalhar até sexta-feira (27) na edição do relatório com suas projeções para o clima do mundo até 2100. Essa é a maior rede mundial de especialistas neste tema, crucial para o futuro do planeta. O evento acontece em Estocolmo
Trata-se de um relatório, de 31 páginas, que servirá de base para os governos implementarem políticas de redução de impactos ao meio ambiente. O rascunho do IPCC visto pela Reuters diz que as atividades humanas, principalmente a queima de combustíveis fósseis, têm 95% de chances de ser a principal causa do aquecimento desde a década de 1950. A probabilidade foi de 90% no último relatório, em 2007, e de 66%, em 2001. “Isto tem aquecido o oceano, derretido a neve e o gelo, aumentado o nível dos mares e levado a eventos climáticos extremos”, diz o texto.
A maioria dos impactos pode piorar se os governos não cortarem as emissões de gases do efeito estufa, acrescenta o documento. O relatório, de 259 autores em 39 países, é o primeiro de quatro do IPCC no próximo ano sobre mudança climática.
Tentando impulsionar o crescimento econômico enfraquecido, os governos têm se preocupado menos com mudanças climáticas, já que não houve acordo na cúpula da ONU em Copenhague, em 2009. A proposta diz que as temperaturas podem subir até 4,8 graus Celsius este século, mas poderia haver um aumento de 0,3 graus se houver cortes profundos nas emissões de gases de efeito estufa.
IPCC
O IPCC foi criado em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Em 2007, recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Seu papel é analisar e sintetizar os trabalhos de pesquisa sobre o clima de laboratórios no mundo inteiro. Funciona como uma correia de transmissão entre os cientistas e os encarregados políticos de seus 195 países-membros. Seu presidente é o indiano Rajendra Pachauri, que conta com uma pequena equipe de trabalho sediada em Genebra.
O IPCC está organizado em três grupos de especialistas: o primeiro (que apresentará seu relatório na próxima sexta-feira), verifica os indícios do aquecimento global; o segundo avalia o impacto das mudanças climáticas, e o terceiro se dedica a procurar soluções (estes dois últimos grupos apresentarão seus relatórios em 2014).
O IPCC já publicou quatro relatórios, em 1990, 1995, 2001 e 2007, que confirmaram o papel que o ser humano desempenha no aquecimento observado no século XX. O informe de 2007 previa um aumento da temperatura média do planeta entre 1,8 e 4 graus e a possibilidade de uma elevação até +6º C com relação às temperaturas anteriores à Revolução Industrial.
Em 2010, pouco depois do fracasso da cúpula de Copenhague que pretendia alcançar um acordo climático mundial, o IPCC foi questionado pelos céticos do aquecimento global, que destacaram alguns erros em seu último informe, como o que falava do risco de um derretimento dos gelos do Himalaia antes de 2035. Esta data não se baseou em uma das publicações científicas submetidas à avaliação do IPCC. A instituição admitiu ter cometido um “erro lamentável”, embora tenha esclarecido que não colocava em dúvida a validade de suas conclusões.
(Responsabilidade Social com informações da Exame e do Globo)
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