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José Carlos Brasileiro

Maio 9, 2020 by admin Deixe uma resposta

“Fazer o bem sem ver a quem”. É com essa filosofia que José Carlos Brasileiro, presidente e fundador do Instituto de Cultura e Consciência Negra Nelson Mandela, trabalha há 19 anos quebrando um tabu que envolve a inclusão de presos e o retorno de ex-presos ao convívio social.

Fundada no presídio Lemos Brito, no Rio de Janeiro, a entidade oferece atendimento jurídico e assistência social aos presos e seus familiares, além de atividades de lazer, cultura e esporte. Entre os resultados, destaque para a recolocação de mais de 400 ex-presidiários no mercado de trabalho.

Em entrevista exclusiva ao Responsabilidade Social, José Carlos Brasileiro, fala sobre as principais dificuldades para se trabalhar com esse público e avalia os avanços na área nos últimos anos.

1) Responsabilidade Social – O Instituto de Cultura e Consciência Negra Nelson Mandela é a primeira entidade formada e dirigida por egressos penitenciários no país. Como é pautado o trabalho do instituto? O instituto esbarrou em algum tipo de preconceito ao longo de sua trajetória?
José Carlos Brasileiro –
O trabalho realizado pelo Instituto Mandela é pautado na reintegração social do presidiário e do egresso, ou seja, aqueles que já cumpriram suas penas ou estão em liberdade condicional. As ações aqui desempenhadas relacionam-se com a prestação de serviços jurídicos e de assistência social. O preconceito não é contra a instituição, mas com o ex-presidiário que é visto pela sociedade como um ser incapaz de retornar ao convívio social, principalmente sendo negro e pobre. Visto que a cada dia, os filhos da classe média, em sua maioria branca, estão sendo presos e condenados por ações criminosas e hediondas e, uma vez libertos, não recebem o mesmo julgamento e discriminação pela sociedade.

2) RS – Já são quase 20 anos de atuação. Como o trabalho da entidade evoluiu nesse período? Comente os principais projetos que o instituto desenvolve hoje.
JB –
Trabalhamos sem verbas e contando apenas com o apoio de voluntários. Apesar disso, podemos dizer que temos evoluído porque as demandas são crescentes e, com toda dificuldade, conseguimos desenvolver o trabalho. O principal projeto do instituto é o “Coco Verde”, uma proposta de geração de renda para egressos que atuam na venda de água de coco nas ruas. Para o desenvolvimento do projeto contamos com a doação dos carrinhos por empresas com responsabilidade social como a Comissária Rio, a JPF Alimentos e a Sisbrasil. Os carrinhos possibilitam que o ex-presidiário tenha seu próprio trabalho, uma vez que o mercado não absorve tal mão-de-obra.

3) RS – Depois de duas décadas, como o senhor avalia a área social no Brasil. O país melhorou? Quais são os principais avanços e os retrocessos?
JB –
Os avanços na área social são visíveis. No entanto, em relação ao ex-presidiário, faltam políticas públicas que contribuam para sua plena reintegração social. É necessário também um trabalho de conscientização da sociedade mostrando que o ser humano é capaz de mudar. Ninguém nasce bandido! É necessário um questionamento sério sobre os fatores e circunstâncias que levam cidadãos a se envolverem com a criminalidade. Para reforçar, cito mais uma vez o exemplo dos filhos da classe média. A questão não é apenas a falta de dinheiro, porque o cidadão é pobre. Essa é apenas mais uma das respostas que a sociedade apresenta para justificar essa onda de violência.

4) RS – Que balanço o senhor faz do que já foi feito pelo instituto? Quais os principais resultados que podem ser apresentados?
JB –
Em 20 anos de atuação, o Instituto Nelson Mandela contribuiu para a reintegração de centenas de presidiários por meio do atendimento jurídico, uma vez que a Defensoria Pública não atende a grande demanda de processos da Vara de Execuções Penais (VEP). Uma das grandes dificuldades do preso é conhecer o andamento de seus processos e de seus direitos. Muitos estão com penas vencidas e não têm recursos para a contratação de advogados. É nesse momento que eles e seus familiares recorrem à instituição. Hoje, contabilizamos conquistas como a recolocação de cerca de 400 ex-presidiários no mercado de trabalho.

5) RS – Qual o seu entendimento pessoal do termo “responsabilidade social”
JB –
Fazer o bem sem ver a quem.

6) RS – Na sua avaliação a promoção da igualdade social evoluiu nas empresas brasileiras? Elas já incluíram em suas agendas os direitos humanos ou esse assunto ainda está restrito a ONGs?
JB –
Muitas empresas estão assumindo o seu papel na questão da responsabilidade social. Até mesmo em relação ao presidiário, algumas empresas, como a Sono Leve e o estaleiro McLaren estão empregando homens e mulheres que passaram pelas unidades prisionais.

7) RS – De fato é desafiador trabalhar para a população presidiária no Brasil? Quais são as principias dificuldades encontradas pelo instituto?
JB –
Sem dúvida! A dificuldade começa na própria relação que se tenta iniciar com o preso, na maioria das vezes descrente da possibilidade de receber algum tipo de ajuda. Sabemos que muitos não querem ser ajudados, mas temos a certeza de que a grande maioria clama por socorro. Um grande exemplo é o número de correspondências que nos chega diariamente. A segunda peleja é conseguir empresas e parceiros com o mesmo ideal de atuar na defesa dos direitos humanos. A terceira grande batalha é a sociedade, essa, na minha opinião, a mais difícil de se enfrentar e vencer.

8) RS – O instituto conta com parcerias?
JB –
Apenas algumas ações isoladas de empresas e pessoas, o que não nos garante a continuidade e excelência na prestação dos serviços, bem como o desenvolvimento de projetos mais abrangentes, envolvendo os familiares que também são vitimas de preconceito e discriminação.

9) RS – Na sua avaliação, como avançará a agenda social no próximo ano e quais são os principais desafios do instituto nesse cenário?
JB –
Nos últimos dez anos a agenda social tem avançado e acredito que avance mais ainda. O fato é que as ações têm beneficiado as crianças e os membros da terceira idade. Só que existe entre esses dois grupos um vácuo, onde estão os presidiários. O grande desafio do instituto é inserir os presidiários na agenda social, garantindo maior visibilidade às suas questões e necessidades.


Instituto de Cultura e Consciência Negra Nelson Mandela  – Tel.: (21) 2210-1605

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Categoria: Entrevista

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