Por Fábio Potiguar
Considerando a grave ameaça a existência humana e planetária devido à devastação e o desequilíbrio ecológico, as crises financeiras e as enormes desigualdades sociais, a sustentabilidade é a única garantia de que ou nos salvaremos juntos ou nos perderemos todos.
Por isso, embora a passos lentos, a cultura da sustentabilidade na vida das pessoas, da sociedade e do Estado cresce cada vez mais. Em conseqüência deste panorama vários setores produtivos passam a se reestruturar nesta nova percepção da Sustentabilidade Empresarial que se apóia na integração das questões econômicas, sociais e ambientais.
O legítimo objetivo econômico das empresas de obter o maior lucro possível sobre o capital investido deve combinar com a preservação do meio ambiente para esta e as futuras gerações, bem como com a responsabilidade social da superação da fome e da miséria. Em outras palavras, se um dos objetivos da economia foi este posto acima, por sua vez a centralidade da economia é a pessoa humana em comunhão ecológica.
O desenvolvimento econômico é inevitável e necessário. Contudo, para a própria empresa garantir lucro a médio e longo prazo é preciso combinar a dimensão econômica com as questões sociais e ambientais pertinentes à própria sobrevivência da empresa e de sua responsabilidade com a comunidade humana e a preservação do meio ambiente.
A sustentabilidade econômica de uma empresa, fundada na valorização da livre iniciativa e do trabalho humano a fim de assegurar aos empresários, trabalhadores e clientes condições financeiras para viver com dignidade, será duradora com um prática ética das estratégias de negócios, da vantagem competitiva, do investimento, do lucro, dos resultados, da relação com os acionistas, clientes e fornecedores. Resumindo: prosperidade.
Já a chamada sustentabilidade social na empresa vai além da geração de emprego, distribuição de renda e as políticas sociais resultantes da arrecadação de tributos e impostos. A sustentabilidade empresarial considera o respeito aos Direitos Humanos e a chamada Responsabilidade Social e Cultural no município, do estado e no país, inclusive com incentivos fiscais. Se trata bem seus empregados sem distinção geracional, de gênero, de raça ou etnia, religião ou ateísmo, orientação sexual ou cor partidária. Ainda se os empregados são protagonistas no processo e não meros executores ou cumpridores de função. É público e notório o prejuízo econômico que as empresas que desrespeitam estes princípios têm sofrido.
Por fim, a sustentabilidade ambiental tem como principio a preservação do meio ambiente, o equilíbrio ecológico que garanta a vida para os seres humanos, a fauna e a flora e, mais especificamente, a utilização sustentável dos recursos naturais por parte das empresas, o cumprimento da legislação, os impactos ambientais nos projetos da empresa, a gestão de resíduos líquidos e sólidos, tecnologias limpas, reciclagem e educação ambiental dentro da empresa. Em outras palavras, eco eficiência.
A empresa sustentável é somente aquela, só e somente só, com uma prática da indivisibilidade e interdependência das dimensões econômicas, sociais e ambientais. Forma-se uma espécie de tripé. Sem as três pernas o banco não se sustenta.
Fabio Potiguar é militante de direitos humanos e foi coordenador de educação em direitos humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
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